Por se tratar de imóvel tombado pelo Iphan, trabalho será concentrado no órgão federal. Dados apurados pela Polícia Civil da Bahia serão passados para a PF. Ainda não há prazo para inquérito ser concluído
Por g1 BA e TV Bahia
A Polícia Federal (PF) assumiu nesta segunda-feira (10) a investigação integral do desabamento da “igreja de ouro”, onde uma turista de 26 anos morreu e cinco pessoas ficaram feridas na quarta-feira (5), no Centro de Salvador.
Antes, a PF dividia as funções com a Polícia Civil da Bahia, que, neste período, ficou responsável por ouvir testemunhas do desabamento. No entanto, por se tratar de um imóvel tomado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o trabalho será concentrado no órgão federal.
Com isso, os depoimentos colhidos pela PC passarão para a PF, que tocará o caso. Ainda não há um prazo para o inquérito ser concluído. O processo de realização da perícia ainda está em andamento.
Também nesta segunda, o Iphan revelou que a igreja recebeu a última vistoria técnica em maio de 2024. Na ocasião, não foram identificados indícios de problemas estruturais que pudessem provocar o desabamento da forração do teto do templo, como aconteceu na última quarta (5).
O Iphan informou ainda que realizará a contratação das obras emergenciais que englobarão escoramento, estabilização, acesso e segurança do monumento e dos trabalhadores envolvidos. Ainda nessa etapa, conforme o instituto, serão realizados os trabalhos de diagnóstico, triagem, catalogação, higienização, proteção e armazenagem das estruturas e bens artísticos que serão restaurados e remontados em uma segunda etapa.
O Instituto reafirmou que havia contratado uma empresa especializada para elaboração do projeto de restauração completa do complexo formado pela igreja e convento de São Francisco de Assis. O custo foi R$ 1,2 milhão.
Envio de auto de infração

Também na nota enviada nesta segunda, o Iphan revelou ter emitido um auto de infração, em março de 2022, à Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil – Comunidade Franciscana da Bahia, responsável pela igreja, por causa da degradação causada por falta de manutenção e conservação.
“Reforça-se que a Igreja e o Convento de São Francisco são edificações de propriedade privada, cuja responsabilidade pela manutenção e pela preservação são de seu proprietário, assim como a gestão de seu uso”, afirmou o Iphan.
O instituto lembrou ainda que tinha agendado uma vistoria técnica para a quinta-feira (6), o dia seguinte ao desabamento, atendendo ao comunicado que havia sido enviado na segunda (3) pelos frades da Ordem Franciscana.
Segundo o Iphan, os frades informaram, no documento, a existência de uma dilatação no forro do teto da nave central, sem expressar caráter de urgência. Ainda de acordo com o instituto, tampouco houve qualquer comunicado à Defesa Civil Municipal, Corpo de Bombeiros ou outros órgãos sobre os eventuais riscos.