O endocrinologista pediátrico Miguel Liberato afirma que, quanto antes feito o diagnóstico de puberdade precoce, melhor é a possibilidade de tratamento
Blog do Eloilton Cajuhy
O câncer de mama é o tipo que mais causa mortes entre as mulheres no Brasil, com uma estimativa de 73.610 novos casos até 2025. Isso corresponde a uma taxa de 66,54 novos diagnósticos a cada 100 mil pacientes. Estudos indicam que meninas que passam pela puberdade precoce podem enfrentar um risco maior de desenvolver a doença na vida adulta.
Segundo o endocrinologista pediátrico Dr. Miguel Liberato, a puberdade precoce em meninas é caracterizada pelo início dos sinais de desenvolvimento antes dos oito anos. “Quando há o surgimento do broto mamário antes dessa idade, o desenvolvimento das mamas ocorre progressivamente, seguido da primeira menstruação após cerca de dois anos”, explica o especialista. Ele alerta que meninas que apresentam esses sinais precisam ser avaliadas, mesmo que o crescimento das mamas seja discreto.
O aumento do risco de câncer de mama está diretamente relacionado ao tempo de exposição ao hormônio estrógeno. Quanto mais cedo uma menina entra na puberdade, maior o período de exposição a esse hormônio, o que pode elevar as chances de desenvolver a doença na fase adulta.
“Meninas que apresentam a primeira menstruação de forma precoce têm uma chance maior de desenvolver a doença na vida adulta. Por isso, a identificação e o tratamento da puberdade precoce podem ser fundamentais para reduzir esse risco”, destaca o Dr. Miguel.
Nos últimos anos, a puberdade precoce tem sido observada com mais frequência em meninas ao redor do mundo, o que torna ainda mais importante uma avaliação frequente de cada caso. Com um diagnóstico precoce, é possível iniciar um tratamento mais cedo, ajudando a prevenir não somente o câncer de mama, mas também complicações como baixa estatura e problemas cardiovasculares.
Portanto, o acompanhamento médico e a atenção aos sinais de desenvolvimento são fundamentais para garantir uma vida mais saudável e reduzir riscos futuros.
“A avaliação adequada da evolução da mama, do crescimento e da idade óssea permite intervenções no tempo correto, reduzindo não só o risco de câncer de mama, mas também de outras complicações, como baixa estatura e doenças cardiovasculares”, conclui o médico.