Flávio Dino manda PF investigar indícios de manipulação de resultados no futebol

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Diante da investigação do MPF de Goiás de um esquema ilegal de apostas, a 5ª rodada do Brasileirão começou nesta quarta (10) com algumas equipes desfalcadas.

Por Jornal Nacional

Conversas por um aplicativo de mensagens sugerem que Vitor Mendes teria recebido dinheiro para levar cartão amarelo. — Foto: Reprodução/JN

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, pediu à Polícia Federal que abra um inquérito para investigar um esquema ilegal de apostas esportivas no futebol brasileiro.

A 5ª rodada do Brasileirão começou nesta quarta-feira (10), com algumas equipes desfalcadas. Foram oito jogadores afastados preventivamente:

  • No Fluminense, o zagueiro Vitor Mendes, fora da partida desta quarta (10) contra o Cruzeiro, que também afastou um jogador, o volante Richard.
  • O América Mineiro tirou o lateral Nino Paraíba da lista de jogadores relacionados para a partida contra o Bragantino.
  • E no duelo entre Athlético Paranaense e Internacional, o lateral-esquerdo Pedrinho e o meio-campo Bryan Garcia, do Athlético, e o meio-campo Maurício, do Inter, não entraram em campo.
  • O Coritiba afastou o atacante Alef Manga e o meia Trindade da partida de quinta-feira (11) contra o Vasco.

Os nomes desses jogadores aparecem na investigação de um esquema ilegal de apostas feita pelo Ministério Público de Goiás. Contra o jogador do Fluminense, os indícios são fortes.

Conversas por um aplicativo de mensagens sugerem que Vitor Mendes teria recebido dinheiro para levar cartão amarelo na partida contra o Fortaleza pelo Campeonato Brasileiro de 2022, quando ele ainda era jogador do Juventude.

Para fazer isso, ele teria recebido, antecipadamente, o valor de R$ 5 mil de um total de R$ 35 mil que seria pago pela empresa que tem como sócio Bruno Lopez, preso preventivamente e apontado como um dos chefes da quadrilha que alicia jogadores de futebol.

No entanto, os nomes de Vitor Mendes e dos outros sete jogadores afastados nesta quarta (10) pelos clubes não aparecem entre os réus da denúncia oferecida à Justiça do estado de Goiás.

Até agora, fora 16 acusados pelo Ministério Público. Sete jogadores de futebol; apenas um deles de um clube da série A do Campeonato Brasileiro, o zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos.

Nesta terça (9), o clube afastou o jogador depois da divulgação de conversas entre ele e um apostador. Bauermann foi ameaçado por não ter recebido cartões em duas partidas do Brasileirão de 2022.

A operação Penalidade Máxima veio à tona em fevereiro, depois da denúncia do presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo. Ele descobriu que um dos atletas do clube teria tentado cooptar colegas de time a participar de um esquema ilegal de apostas.

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, enviou ao presidente Lula e ao ministro da Justiça, Flávio Dino, um oficio solicitando que a Polícia Federal assuma as investigações. Logo depois, o ministro da Justiça determinou a instauração de um inquérito na Polícia Federal.

Em nota, a CBF descartou a suspensão das séries A e B do Campeonato Brasileiro e defendeu a punição veemente a atletas e demais participantes do esquema de fraude.

Os jogadores envolvidos em casos assim estão sujeitos a penas criminais e esportivas. Na Justiça comum, elas vão de dois a seis anos de prisão, além de pagamento de multa. Na Justiça desportiva, as penas variam de 180 a 720 dias de punição, além de multa até R$ 100 mil para réus primários. Mas, em caso de reincidência, o jogador pode ser banido do futebol.

“Todos os envolvidos serão punidos pela Justiça desportiva, todos que chegaram ao conhecimento da Justiça desportiva, principalmente através do Ministério Público de Goiás. Eles serão analisados e, se envolvidos, serão denunciados”, explica o procurador do STJD, Ronaldo Piacente.

O Jornal Nacional tentou contato com os representantes dos jogadores Bryan Garcia, Jesús Trindade, Nino Paraíba, Ríchard e Vitor Mendes, mas não teve resposta.

O empresário do jogador Maurício negou o envolvimento do cliente – e afirmou que a acusação se trata de uma piada de circo.

O advogado de Alef Manga disse que as movimentações financeiras do jogador estão à disposição das autoridades.

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