‘Aparentemente foi acidente’, diz delegada sobre queda de menino. Guilherme Yokoshiro estava sozinho em casa quando caiu de apartamento

“É muito cedo para a polícia dizer o que aconteceu. Aparentemente foi um acidente”. Essa foi a declaração da delegada Maria Dail Rodrigues, titular da 6ª delegacia de Brotas, em Salvador, sobre a morte de Guilherme Yokoshiro, de 5 anos, após queda do sexto andar do prédio onde morava, na madrugada desta terça-feira (24). O garoto estava sozinho em casa quando caiu do apartamento.
Segundo Maria Dail, Rafael Yokoshiro saiu de casa por volta de 1h40 e volta duas horas depois. “[O pai] Não disse porque saiu. A gente vê na imagem que ele chega em casa e dois minutos depois ele volta depressa. O elevador [a câmera] mostra ele já desesperado, quando ele vê a criança já no solo e vem com ela no elevador e vai para o apartamento. É aí que os vizinhos ouvem os gritos de socorro: meu filho, meu filho. Os vizinhos acordam e veem o que está acontecendo. Mas ninguém vê a criança caindo, exatamente. Infelizmente, a câmera não mostra. A gente ficou lá de manhã [terça] com o técnico do prédio tentando melhorar as imagens para ver se mostra o momento em que a criança cai”, relatou a delegada.
De acordo com ela, aparentemente a criança cortou a tela. “Isso aí não sabemos [se o pai já tinha o costume de sair e deixar o filho só], porque os moradores dizem que eles [pais] eram pessoas reservadas. Não eram de muita conversa. A gente vê que o menino era tranquilo. A imagem mostra ele mais cedo descendo com a criança na academia, por volta de 21h30. Ele desce, a criança fica no parquinho e ele na academia. Depois, ele sobe. Aí é que ele tem que dizer o que é que ele foi fazer nesse horário”, contou.

Para Maria Dail, as investigações indicam que a criança pode ter acordado e, vendo que estava sozinha, se desesperou. Segundo informações de moradores, o menino gostava de brincar de super-herói, dizia que era Batman e voava. “Ninguém sabe se ele tentou quando se viu sozinho no apartamento, pegou a tesourinha e tentou cortar”, relata.
Segundo Maria Dail, a perícia levou a tesourinha e o perito está analisando. “Parece que a cama [da criança] ficava próxima da janela”, conclui. A delegada informou que deve ouvir os pais, moradores e porteiro do prédio ainda nesta terça. Segundo ela, o pai do garoto estava abalado e pediu tempo para se apresentar.
*G1 Bahia