Neste domingo (28) foi realizado um evento beneficente na Associação de Moradores do bairro Cohab Massangano em Petrolina, Sertão de PE

Neste domingo (28) foi realizado um evento beneficente na Associação de Moradores do bairro Cohab Massangano em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. A feijoada foi em prol do tratamento de Wanderley do Nordeste. O sanfoneiro que ficou seis meses sem tocar devido a um câncer de intestino, está na reta final do tratamento, e já planeja o retorto aos palcos neste São João 2017.
A descoberta do tumor aconteceu no dia 4 de novembro de 2016, um dia antes da gravação de novas músicas para o seu repertório. “Eu estava gravando umas músicas e senti uma forte dor no pé do umbigo, procurei o médico e ele pediu exames. Eles constaram que eu tinha que passar por um processo cirúrgico. No dia 4 de novembro, às 22h30, eu passei pela cirurgia, mas só na hora eles perceberam que tinham um tumor e a dor que eu sentia era da apêndice. Então os médicos fizeram uma grande cirurgia, tiraram o tumor e a apêndice“, relembra.
O sanfoneiro conhecido por alegrar as festas de todo o Vale do São Francisco precisou fazer quimioterapia e parar de tocar cerca de seis meses. “Depois da cirurgia, eu fiz uns exames e não deu mais nada, mas o médico passou três ciclos de quimioterapia, que são seis semanas consecutivas fazendo quimioterapia, uma vez por semana. Eu já terminei os três ciclos e o médico examinou e ele me liberou para eu voltar a tocar. Neste momento eu estou ótimo“, explica.
Com o tratamento contra o câncer, o sanfoneiro teve que deixar a sanfona de lado e deu espaço para um velho conhecido, o José da Silva. No momento mais difícil, a família, amigos e os fãs provaram a admiração e o carinho pelo artista e realizaram campanhas e homenagens.
Eu nem imaginava o tanto de fã que eu tinha, amigos que eu tenho de verdade, uma família que eu construí e eu não sabia o tamanho dessa família
O Retorno
Wanderley do Nordeste fez algumas adaptações para voltar a tocar, trocou a sanfona por uma mais leve e está fazendo o uso de uma cinta. Tudo isso para voltar à forma. “Já tô mais ou menos tocando uns 15 dias em casa. No último dia 21, eu já fiz meu primeiro show, peguei a sanfona toquei e foi aquela emoção. A gente sente a presença de Deus na vida da gente, o calor do povo consternado com a situação“, declara.
Depois de passar por um momento difícil e ficar uns seis meses parado, estar tocando, animando o povo com aquela alegria, para mim foi emocionante
A expectativa é que Wanderley leve muito forró ao Nordeste ainda neste São João, mas ele ainda depende do parecer médico. “O são João já está fechado e ainda tem algumas datas que eu não consegui fechar, mas é preciso esperar a decisão do médico. Agora no dia 2 de junho, que é a data que eu tenho que voltar ao médico, eu tenho fé em Deus, que ele vai suspender a quimioterapia, mas a decisão é dele e o que ele passar para mim, eu tenho que seguir“.
Depois de ter passado pelo ‘momento mais difícil’ da vida, como ele mesmo define, o sorriso do sanfoneiro não desaparece dos lábios e ele deixa uma mensagem: “Primeiramente a gente tem que ter fé em Deus e não pode abandonar a medicina. Quando eu soube que eu estava com essa doença, eu não me abalei em momento algum“.
Na minha cabeça, até hoje, não passa que eu estou doente. Não tem jeito e é uma coisa que Deus deixou dentro de mim. Eu não estou doente, estou passando por um momento que eu tinha que passar
*Por Juliane Peixinho, G1 Petrolina