Síndrome do olho seco afeta 14% dos brasileiros e é desafio durante o inverno

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O oftalmologista Henrique Rocha explica que, em alguns Estados, a umidade do ar pode chegar a 16%, inferior ao registrado no Saara, o que torna a incidência do olho seco mais comum.

Por Comunicação Sem Fronteiras

Síndrome do olho seco afeta 14% dos brasileiros e é desafio durante o inverno – Foto: Divulgação

O clima seco e a baixa umidade do ar são características marcantes do inverno de alguns Estados brasileiros, tornando a síndrome do olho seco um problema ainda mais relevante para a população local. De acordo com trabalhos recentes publicados na literatura internacional, a condição, pouco conhecida pela população, afeta 14% dos brasileiros, mas esse número pode ser ainda maior em regiões urbanas, como São Paulo, onde a prevalência atinge 24% dos jovens.

“Na nossa região, a umidade do ar pode chegar a níveis tão baixos quanto 16%, inferior até aos 17% registrados no Saara”, explica o presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), Henrique Rocha. “Isso torna a incidência de olho seco ainda mais comum, especialmente nesta época do ano”, completa.

Os sintomas mais comuns da síndrome do olho seco incluem ardência, coceira, sensação de areia nos olhos e visão turva. Para aliviar esses sintomas, o uso de colírios lubrificantes é altamente recomendado. “Existem colírios com diferentes viscosidades, alguns sem conservantes, que podem ser usados várias vezes ao dia sem causar danos”, orienta o oftalmologista.

No entanto, é crucial que os pacientes busquem orientação médica antes de escolher um colírio. “Muitos farmacêuticos recomendam colírios que contêm vasoconstritores e conservantes, que podem ser prejudiciais a longo prazo. Por isso, a consulta com um oftalmologista é essencial”.

Além dos colírios, outras medidas podem ser adotadas para combater a síndrome do olho seco. Henrique destaca a importância de manter um ambiente com umidade adequada, utilizando umidificadores de ar, e evitar o uso excessivo de ar-condicionado, que reduz ainda mais a umidade do ar. “Quando estamos concentrados em atividades como o uso do computador, tendemos a piscar menos, o que agrava a evaporação da lágrima. Piscar regularmente é fundamental para manter a superfície ocular lubrificada”, diz.

A nutrição também desempenha um papel significativo na prevenção do olho seco. “Aumentar a ingestão de ômega 3 e manter os níveis de vitamina D adequados pode ajudar a melhorar a qualidade da lágrima”, afirma Henrique.

Existem dois tipos principais de olho seco: o evaporativo, causado pela rápida evaporação da lágrima, e o aquoso, decorrente da baixa produção de lágrima. “Identificar o tipo de olho seco é crucial para definir o tratamento mais eficaz,” explica o especialista.

Para casos de disfunção da glândula de Meibomius, responsável pela produção de lipídios na lágrima, tratamentos com luz pulsada têm se mostrado eficazes. “Esse procedimento ajuda a melhorar a qualidade da lágrima, e normalmente são necessárias apenas três sessões para observar uma melhoria significativa,” diz Henrique. Outra opção é o uso de plugs de silicone no canal lacrimal para reduzir a drenagem das lágrimas, mantendo os olhos mais lubrificados por mais tempo.

Com orientação médica adequada e algumas mudanças nos hábitos diários, é possível amenizar os sintomas e melhorar a saúde ocular. “Procurar um oftalmologista é o primeiro passo para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz,” finaliza o oftalmologista.

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