Reunião da CPI das Bets termina em prisão por falso testemunho

FONTE: Marcela Diniz/Rádio Senado

Empresário negou conhecer pessoas que seriam sócias e aumentou a desconfiança dos senadores ao dizer que seus advogados trabalham de graça.

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Empresário preso na CPI das Bets no Senado – Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Eram esperados dois depoimentos na CPI das Bets na reunião desta terça-feira (29), no Senado. O primeiro não aconteceu por ausência da depoente, Adélia de Jesus Soares dona da empresa Payflow que, de acordo com investigações da Polícia Civil do Distrito Federal, servia de fachada para lavagem de dinheiro relacionado a jogos ilegais e ligada a uma empresa das Ilhas Virgens Britânicas. No depoimento de março, ela alegou sigilo das investigações para ficar em silêncio.

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Já o segundo depoente, Daniel Pardim, não respondeu à maioria das perguntas. Apenas disse que não conhecia Adélia Soares nem os próprios sócios na Peach Blossom River Technology, empresa ligada à Payflow. Daniel também despertou a suspeita ao hesitar em responder quem estaria pagando por sua defesa e, após orientação dos advogados, afirmar que eles estariam trabalhando pro bono, ou seja, de graça.

Daniel Pardim foi alertado pelo presidente da CPI, senador Dr. Hiran, do Progressistas de Roraima, que poderia ser preso caso mentisse. Os senadores advertiram o advogado, Lucas Monteiro, por mais de uma vez, para não responder às perguntas no lugar do cliente. Até que a relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke, do Podemos de Mato Grosso do Sul, pediu a prisão de Daniel por falso testemunho. Terminada a reunião, a senadora levantou a hipótese de Daniel Pardim ser um “laranja” no esquema suspeito.

“Ele começou mentindo desde o começo que não conhecia os seus sócios. O que nos parece é que ele é uma interposta pessoa, o chamado “Laranja”. Ele mentiu mais de três, quatro vezes. Esta Casa precisa ser respeitada, uma CPI precisa ser respeitada. Então, foi por isso que eu dei essa ordem de prisão em flagrante”, falou a senadora.

A defesa de Daniel Pardim alegou abuso de autoridade no pedido de prisão.

(sen. Soraya Thronicke) “Eu vou pedir vênia, aqui, mas, sr. Daniel Pardim Tavares Lima, o senhor está preso. Seus advogados vão poder explicar num HC.” (adv. Lucas Monteiro) “Excelência, pela ordem! Eu noto aqui que é um claro abuso. (sen. Soraya Thronicke) “Senhor, impetre um HC, por favor. O senhor está preso.” (defesa) “Abuso de autoridade.” (sen. Soraya Thronicke) “Então, me processe.” (defesa) “Eu vou processar porque ele não mentiu. E não houve nenhuma mentira ” (sen. Hiran – presidente da CPI) “Por favor” (defesa) “Eu queria apenas que justificasse qual foi a mentira” (sen. Hiran – presidente da CPI – intervém encerrando a discussão) “Por favor”.

Os integrantes da CPI das Bets aprovaram a convocação coercitiva, ou seja, por força, de Adélia de Jesus Soares, para prestar esclarecimentos à Comissão.

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