Blog do Eloilton Cajuhy – BEC
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Havia um cachorro velho que ficava todos os dias deitado diante do portão da vila. Não mordia, não latia, não corria atrás de ninguém. Só estava ali. Chovesse ou fizesse sol, ele permanecia sentado, vigiando.
Muitos riam dele.
— “Tá aposentado”.
— “É só um enfeite”.
— “Não serve mais pra nada”.
Alguns garotos jogavam pedras. Outros passavam por cima dele sem nem notar. E o cachorro só olhava. Em silêncio.
Um dia, o novo chefe da vila decidiu colocar um cachorro mais jovem.
— “Esse aí já deu o que tinha que dar”. Trouxeram um cão treinado, rápido, bonito. O velho cachorro foi enxotado sem cerimônia. Sumiu.
Tudo seguiu normalmente… até o dia em que estranhos entraram na vila. Ninguém percebeu. O novo cão dormia no turno errado. Quando deram por si, três casas tinham sido arrombadas. Dias depois, mais furtos. Ninguém entendia como os invasores passavam sem serem notados.
Até que um ancião, em voz baixa, disse: — “O velho cachorro não vigiava só com os olhos. Ele conhecia os passos. Sabia quem era de casa… e quem não era”.
O novo cão foi embora. Buscaram o velho. Encontraram-no magro, dormindo ao lado de um casebre fora da vila. Ao ver o portão novamente, caminhou devagar… e se deitou no mesmo lugar de sempre.
Ninguém disse nada. Mas ninguém mais ousou zombar.
Moral da História: Tem gente que parece parada… mas está guardando o que ninguém vê. Pode não correr mais, pode não falar bonito, mas só de estar ali, protege. Quem troca experiência por aparência paga o preço da pressa.
“A sabedoria está com os idosos, e o entendimento na longevidade”. – Jó 12:12
Rick Oli Reflexões