Justiça também determinou que Adriana dos Santos Gomes pague indenização no valor de R$ 50 mil para famílias das vítimas. Caso aconteceu em Juazeiro, em 2023.
Por g1 BA e TV São Francisco

A mulher acusada de matar dois trabalhadores rurais envenenados em Juazeiro, no norte da Bahia, em 2023, foi condenada na quarta-feira (23), a 47 anos de prisão, em regime fechado. Ela era companheira de um dos homens, Igor Jonatas dos Santos Silva, de 26 anos.
A outra vítima era o colega dele, Marcos Vinícius Barbosa dos Santos, 45. Os dois morreram após ingerirem veneno misturado à comida na marmita que Igor Jonatas levou para o trabalho.
Além dos 47 anos de prisão, a Justiça determinou que Adriana dos Santos Gomes, de 37 anos, pague uma indenização no valor de R$ 50 mil para as famílias das duas vítimas. A defesa dela afirmou para a TV São Francisco, que vai recorrer contra a decisão.
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O julgamento aconteceu no Fórum Conselheiro Luiz Viana Filho. Adriana Gomes estava presa desde 28 de maio de 2024, sete meses após o crime. A prisão marcou uma reviravolta no caso, porque quando os dois morreram, ela não foi apontada como suspeita do crime.
Segundo informações da Polícia Civil, a intenção de Adriana seria matar apenas o marido. A investigação mostrou que o crime foi motivado por um conflito financeiro.
Igor Jonatas teria depositado R$ 13 mil na conta da mulher porque pretendia dar entrada na compra de um carro. A suspeita teria desviado esse dinheiro, ressarcido uma parte do valor após pegar empréstimo com familiares, mas não conseguiu efetuar o pagamento do valor total.
A polícia não deu mais detalhes sobre como o conflito financeiro culminou na morte de Igor Jonatas e de Marcos Vinícius.
Marmita envenenada
Igor Jonatas morreu no dia 6 de outubro de 2023, horas após comer a refeição na marmita. Ele chegou a ser socorrido e levado para uma unidade de saúde, mas não resistiu. No dia seguinte, Marcos Vinícius, que já estava internado em estado grave, veio a óbito.
Os dois apresentaram sintomas como náuseas enquanto trabalhavam na Fazenda Special Fruit, em Juazeiro. Quando procuraram atendimento médico, eles acharam que tinham sofrido um mal súbito.
Briga com colega de trabalho
Quando o crime ocorreu, a Polícia Civil de Juazeiro levantou outra suspeita. A corporação relatou que Igor Jonatas teria feito uma aposta com um outro colega de trabalho dias antes do crime.
Ele perdeu a aposta e teria que pagar R$ 100 ao homem em 2 de outubro, mas quitou a dívida com um dia de atraso. Diante disso, os dois discutiram no trabalho e o homem teria ameaçado Igor com uma faca, no dia seguinte à confusão.
Ao longo da semana, a situação foi normalizada até que quatro dias depois, Igor Jonatas se sentiu mal e morreu.