Blog do Eloilton Cajuhy – BEC

Reconhecido pela ONU desde 2012, o Dia Mundial da Síndrome de Down é celebrado em 21 de março, ou “dia 21 do mês 3”, uma referência à alteração genética que causa esse quadro. Uma pessoa geralmente tem 46 cromossomos, divididos em 23 pares. Mas quem tem síndrome de Down possui um cromossomo extra no par 21. Assim, existem 3 cromossomos onde deveriam existir dois.
Estudos indicam que o risco dessa alteração genética, chamada de “trissomia” e que ocorre em 95% dos casos, aumenta em gestações de mulheres acima dos 35 anos, tornando-se mais significativo após os 40.
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A professora Maria Teresinha Cardoso, especialista em Pediatria e Genética na Universidade Católica de Brasília, destaca a importância do acompanhamento multiprofissional em todas as fases da vida de quem tem síndrome de Down. Ela explica que a melhor compreensão da Medicina em relação à síndrome permite identificar se um paciente tem, por exemplo, mais chance de desenvolver a doença de Alzheimer.
“Riscos ao longo da vida, existem e existem marcadores biológicos, principalmente para um quadro de demência precoce devido à associação entre síndrome de Down e doença de Alzheimer. Então, esses biomarcadores são sanguíneos, então é fácil o acompanhamento para que haja um diagnóstico e tratamento precoce desses pacientes dando qualidade de vida”, diz a especialista.
Já no campo jurídico, a advogada Laura Brito, especialista em Direito de Família e das Sucessões, ressalta que, apesar dos avanços na legislação, os desafios para quem tem síndrome de Down persistem devido a barreiras estruturais na sociedade:
“O estatuto da pessoa com deficiência, ele nos mostra que o que traz dificuldades de inclusão para as pessoas com deficiência, não é a deficiência das pessoas, mas sim as barreiras que são colocadas pela sociedade, dentre as quais eu denoto aqui a barreira atitudinal, por exemplo, que é justamente a atitude das pessoas da sociedade que dificultam a inclusão, que dificulta uma vivência plena das pessoas com deficiência. Então no Brasil nós temos uma legislação bastante contemporânea bastante arrojada, mas ainda temos um longo caminho de educação”, pontua Laura Brito.
A advogada também esclarece que o termo “guarda” se aplica a crianças e adolescentes, deixando de existir após os 18 anos. Para adultos com deficiência intelectual, que é o caso de quem tem síndrome de Down, a relação jurídica deve ser estabelecida por curatela ou declaração de dependência econômica, evitando a infantilização dessas pessoas.