Comissão Pastoral da Terra da Diocese de Bonfim divulga nota de solidariedade às famílias despejadas do Acampamento União, em Ponto Novo

FONTE: CPT/Diocese de Bonfim-BA

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Blog do Eloilton Cajuhy

Foto: CPT/Diocese de Bonfim-BA

“A terra não será vendida perpetuamente, pois a terra me pertence e vós sois para mim estrangeiros e hóspedes. Para toda a propriedade que possuirdes, estabelecereis o direito de resgate para a terra”. (Levítico 25, 23-24).

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Diocese de Bonfim-BA vem a público manifestar solidariedade às dezenas de famílias da Ocupação União, pertencentes ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e ao Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST). Na manhã da última quarta-feira (30), os trabalhadores sofreram tentativa de despejo de forma truculenta e cruel, com maquinário pesado que destruiu casas, móveis e eletrodomésticos. A ação foi acompanhada por Oficial de Justiça e pela Polícia Militar, que nada fizeram para impedir que os pertences das famílias fossem destruídos.

Frente à resistência e enfrentamento dos acampados, a ação de reintegração de posse foi suspensa temporariamente. A coordenação do MPA está de sobreaviso e recorrendo à Justiça e ao Governo do Estado.

A área que estava abandonada vem sendo ocupada desde 2017 por famílias sem-terra, entre as quais crianças, mães, idosos, que anseiam por um pedaço de chão para tirar o seu sustento e alimentar com o excedente outras famílias da região.

Essa ação violenta caracteriza falta de humanidade com as famílias e, principalmente, desrespeito à Constituição Federal, que garante que todos têm direito à terra, à moradia, à vida digna, direitos fundamentais. Crescem os índices de miséria, fome e violência nas cidades. O campo se esvazia, com famílias sendo expulsas, perdendo suas terras para fazendeiros e empresários do agronegócio, da mineração e de projetos de energia.

A CPT esteve e estará sempre junto a esta gente, em sua luta em defesa da vida e da justiça social, pautada sempre em valores humanos, éticos, religiosas e não em valores mercantis. Reafirmamos a necessidade e o compromisso da Reforma Agrária Popular e em defesa do direito à moradia digna para todos os trabalhadores e trabalhadoras.

Por fim, conclamamos ao Governo da Bahia que assuma com urgência a responsabilidade que lhe cabe nesta situação e preserve o direito dos mais pobres, dos acampados e acampadas.

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