Deputado Bobô preside audiência pública sobre terceirização, pejotização e fechamento de agências bancárias

FONTE: Ascom deputado Bobô

Blog do Eloilton Cajuhy – BEC

Foto: Ascom deputado Bobô

Nesta sexta-feira (15), o deputado estadual Bobô (PCdoB), representando a Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, presidiu audiência pública na Assembleia Legislativa, para discutir os impactos da terceirização, da pejotização e do fechamento de agências bancárias privadas, especialmente em municípios do interior. O encontro foi proposto pelo parlamentar, atendendo à pauta apresentada pelo Sindicato dos Bancários da Bahia e pela Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe.

Bobô iniciou sua fala lembrando ter familiaridade com o tema, já que três de seus irmãos foram bancários. “Pude acompanhar um pouco das cobranças, desgastes e exigências propostas pelos bancos. Essa é uma categoria que precisa de atenção pela forma com que seus funcionários vêm sendo tratados. Esse setor lucra bilhões e, mesmo assim, demite, adoece e precariza o trabalho dos seus funcionários, com metas abusivas, assédio, pejotização e fechamento de agências. Hoje vamos discutir formas de dar apoio a essa categoria”, afirmou.

>> Clique aqui e seja membro do canal do Blog do Eloilton Cajuhy no WhatsApp

O coordenador da Comissão de Funcionários do Santander, Adelmo de Assis Andrade, destacou que o banco lucrou quase R$ 8 bilhões no último semestre, mesmo diante do fechamento de agências e demissões. Na Bahia, já foram encerradas 18 agências na capital e 8 no interior, com previsão de mais encerramentos. Segundo ele, a pejotização é um dos problemas mais graves. “O maior absurdo da categoria é o funcionário PJ, que trabalha na rua com mochila, computador e camisa com o nome do banco, sem apoio, muitas vezes em locais perigosos, inclusive com casos de assalto. Isso precisa ser combatido”.

Adelmo também chamou atenção para a desigualdade no atendimento: clientes de alta renda recebem tratamento diferenciado, enquanto o público em geral sofre com a falta de suporte.

Foto: Ascom deputado Bobô

O juiz do Trabalho Guilherme Guimarães explicou que, originalmente, a terceirização tinha como objetivo descentralizar atividades e reduzir custos, sem afetar direitos trabalhistas. O problema, segundo ele, é o uso dessa prática para substituir mão de obra formal por outra mais barata, precarizando o trabalho.

O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Elder Perez, criticou a ausência de representantes dos bancos Bradesco, Itaú e Santander na audiência e a forma como os bancos tratam seus clientes em cidades do interior. “É cruel quando vemos municípios com apenas uma agência bancária e ela é fechada. Isso prejudica idosos, moradores da zona rural e pessoas sem acesso ou conhecimento para usar aplicativos bancários.”

A presidenta da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Andréia Sabino, defendeu a criação de leis que proíbam ações prejudiciais aos bancários e à população. “Com apoio de parlamentares como Bobô, Daniel Almeida e Alice Portugal, nos sentimos representados. Precisamos de leis que regulamentem essas situações”, afirmou.

Encerrando o evento, Bobô destacou que pretende reforçar a importância do debate na Câmara Federal e propor, na Comissão de Defesa do Consumidor da ALBA, uma nova audiência, contando com a participação de representantes dos bancos. “Seguiremos firmes nessa luta pela preservação dos direitos, contra o fechamento de agências e a pejotização”, afirmou.

Também estiveram presentes: o coordenador da Agenda Bahia do Trabalho Decente da Setre, Álvaro Gomes; a coordenadora técnica do PROCON, Fernanda Pimenta; o juiz do Trabalho Guilherme Ludwig; o presidente da Comissão de Direito Sindical da OAB, José Antônio; o presidente da Associação Baiana dos Advogados Trabalhistas (ABAT), Adriano Palmeira; a vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, Sandra Freitas; a coordenadora da Comissão dos Funcionários do Itaú, Luciana Dórea; o coordenador da Comissão dos Funcionários do Bradesco, Ronaldo Ornelas; o secretário de Saúde da CTB na Bahia, Antônio Lago; além de representantes dos sindicatos dos municípios de Jacobina, Vitória da Conquista, Itabuna, Camaçari, Jequié e Irecê.

Veja também