Com o irmão Márcio Antonucci, falecido há dez anos, o artista lançou músicas de Roberto Carlos e Erasmo Carlos como ‘A volta’ e ‘É preciso saber viver’.
Por Mauro Ferreira
Na certidão de nascimento, expedida com a data de 17 de agosto de 1941, constava o nome de Reynaldo Luiz Antonucci. Mas foi como Ronald Antonucci, integrante da dupla Os Vips, que o cantor paulistano fica na história do pop brasileiro produzido na década de 1960.
Em cena desde 1964, ano em que Ronald formou a dupla com o irmão caçula Márcio Augusto Antonucci (23 de agosto de 1945 – 20 de janeiro de 2014), o artista morreu na madrugada deste sábado (22), aos 82 anos.
Comunicada pela família em nota de pesar, a morte também foi confirmada pelo sobrinho, o fotógrafo Bruno Antonucci, em rede social. “Saber que meu tio Ronald Antonucci nos deixou é triste, mas quero pensar que ele e meu pai estão juntos cantando em outros palcos, lá do outro lado”, escreveu Bruno, filho de Márcio Antonucci, cantor morto há dez anos, sem revelar a causa da morte de Ronald.
Como integrante d’Os Vips, dupla batizada com o nome de filme norte-americano de 1963, Ronald Antonucci viveu o auge artístico nos anos 1960 dentro do universo da Jovem Guarda.
A primeira gravação da dupla foi feita há 60 anos, em 1964, quando Márcio e Ronald registraram a música “Tonight” para o disco coletivo “No reino da juventude”.
Os Vips lançaram os primeiros singles em 1965 pela gravadora Continental, na qual permaneceram até 1967, indo na sequência para a gravadora CBS. Em um destes seminais singles de 1965, a dupla lançou música então inédita de Roberto Carlos e Erasmo Carlos (1941 – 2022), “Emoção”, também incluída no primeiro álbum da dupla, Os Vips (1965).
Em fevereiro de 1966, o lançamento de single com outra música inédita de Roberto e Erasmo, “A volta”, consolidou a carreira da dupla. “A volta” se tornaria um dos maiores sucessos d’Os Vips ao lado de “Faça alguma coisa pelo nosso amor” (1967) – outra canção de Roberto e Erasmo – e de “Largo tudo e venho te buscar” (1968), esta uma canção composta somente por Roberto Carlos.
Embora conhecida na voz de Roberto por conta da gravação feita pelo cantor para álbum editado em 1974, a canção “É preciso saber viver” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) foi outro presente do Rei da juventude para Os Vips, tendo sido apresentada – em single editado pela gravadora CBS em dezembro de 1968 – nas vozes de Márcio e Ronald Antonucci.
Mesmo após o fim da Jovem Guarda, em 1968, Roberto e Erasmo continuaram fornecendo repertório para Os Vips, que lançaram músicas da dupla como “Que bobo fui” (1969) e “Não adianta ficar me esperando” (1970).
Em meados dos anos 1970, a dupla foi desativada após fazer gravações lançadas sem repercussão entre 1971 e 1973. Mas voltaria à cena na década de 1990 com shows e discos calcados na nostalgia da Jovem Guarda, reverberando a música daquele reino da juventude no qual Márcio Antonucci e Ronald Antonucci foram Vips.