Por Estadão

A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez nesta quinta-feira, 3, a primeira reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, encarregado do governo de Jair Bolsonaro (PL) para auxiliar na preparação para a próxima gestão. O ministro da Secretaria Geral, general Luiz Eduardo Ramos, também participou.
A reunião aconteceu no Palácio do Planalto e teve como participantes o vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin (PSB). “Nossa tarefa é unir o Brasil, trabalhar e ter uma agenda de propostas, melhorar a vida da população e bola para frente. A transição começou, agora é fazer da melhor maneira possível em benefício da população e pautada no interesse público”, disse o vice.
Também participaram da reunião a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante (PT). É a primeira vez que os dois petistas visitam a sede do Poder Executivo desde 2016, quando Dilma Rousseff (PT) foi afastada do cargo. “Só tem uma forma de voltar ao Planalto e exercer um cargo público: é pela porta da frente, com voto popular, eleição limpa como a que vivemos”, afirmou Mercadante.
Lula está na Bahia e não vai participar dos trabalhos de transição nesta semana. Na segunda-feira, o presidente eleito vai começar a se debruçar sobre os trabalhos em São Paulo e a partir da próxima terça-feira, 7, já desembarca em Brasília para reuniões envolvendo o orçamento.
“Eles estão designando o Centro Cultural Banco do Brasil. Amanhã a Gleisi e o Mercadante vão até lá fazer uma visita. Nós deveremos começar a partir de segunda-feira da próxima semana. Todo fluxo de informações também foi conversado, vamos encaminhar todas para o ministro Ciro Nogueira e a transição instalada com o objetivo da transparência, planejamento, continuidade dos serviços prestados para a população”, declarou Alckmin depois do encontro com os ministros de Bolsonaro.
O presidente não reconheceu explicitamente a vitória de Lula, mas disse que vai cumprir a Constituição e autorizou o ministro da Casa Civil a auxiliar o próximo governo.
De acordo com Alckmin, o ministro Ramos foi cordial na reunião. O general faz parte da ala radical do Planalto e já endossou movimentos antidemocráticos de Bolsonaro. “Cumprimentou, deu os parabéns e desejou um ótimo trabalho. Se colocou à disposição nesse período de transição porque quem faz a transição é o ministro Ciro Nogueira, mas tem uma parte que ele (Ramos) participa”, disse o ex-tucano.