Alimentos à base de insetos é o foco do projeto liderado pela Fabíola Dorneles, bióloga e professora no curso técnico em Alimentos no Instituto Federal do Paraná.
Por Globo Repórter
Você comeria algum alimento à base de inseto? Esse é o foco do projeto liderado pela Fabíola Dorneles, bióloga e professora do Curso Técnico em Alimentos no Instituto Federal do Paraná (IFPR).
Trufas de besouro, pão de queijo de tenébrios acompanhado de geleia de goiaba com farinha de baratas são algumas das receitas elaboradas pela turma da Fabíola. A bióloga destaca que os insetos são uma excelente alternativa de proteína animal.
“Quase 70% de proteína em comparação com o boi que é 20%, suínos e aves. Eu vou vender o peixe geral: eles têm todas as vitaminas do complexo B”, afirma.
Fabíola ainda pontua que eles têm uma gordura boa, que são os lipídios benéficos à saúde.
“Não tem a gordura saturada, olha só mais uma vantagem. A gente sabe que é barato, é um alimento que exige pouco espaço, pouca água, pouca energia”.
Entomofagia, o consumo humano de insetos
Empolgados com o projeto, alguns alunos lançaram uma startup para dar continuidade à pesquisa de manejo de insetos para a produção de alimentos, tanto pra consumo humano, quanto para o consumo animal.
“E cada vez mais as pessoas vão se interessar pelo ramo de introduzir os insetos na alimentação, que é a entomofagia”, destaca Beatriz Pizon, criadora da startup.
O hábito de comer insetos é comum em mais de 120 países e também entre os povos originários do Brasil. A venda comercial desses produtos ainda aguarda a aprovação da Anvisa, mas já existem até cervejas de barata, como a “Cerveja Barata”.
“A barata é a rainha da proteína, passando dos 70%. É a campeã”, diz Fabíola.
O medo do novo como um obstáculo
Germano, um especialista no assunto, menciona o medo do novo, como um obstáculo para a aceitação de proteínas alternativas. Ele, no entanto, cita a recepção dos brasileiros a esses tipos de alimentos.
“Do ponto de vista do consumidor, para todas as proteínas alternativas, nós temos um mecanismo que chama ‘neofobia’, que é o medo do novo. Do lado positivo, as pesquisas no Brasil mostram que os brasileiros são bastante receptivos”, ressalta.