Suspeito de matar delegada na Bahia confessa que girou cinto de segurança no pescoço dela e inventou versão de sequestro

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on email
Share on telegram

Tancredo Neves teve a prisão em flagrante convertida em preventiva nesta segunda-feira (12). Corpo de Patrícia Neves Jackes Aires foi encontrado em área de mata na Região Metropolitana de Salvador, no domingo (11).

Por Monica Melo, g1 BA e TV Bahia

Tancredo Neves é suspeito de matar delegada Patrícia Jackes — Foto: Reprodução/Redes Sociais

O homem suspeito de matar a delegada Patrícia Neves Jackes Aires confessou que girou o cinto de segurança no pescoço dela para se defender de agressões durante uma discussão entre os dois dentro do carro e inventou a versão que os dois teriam sido sequestrados.

Ele ainda disse que iria se casar com a chefe de polícia na próxima quarta-feira (14). A declaração foi dada em depoimento, nesta segunda-feira (12), na 37ª Delegacia Territorial da Bahia (DT/São Sebastião do Passé).

A mulher foi encontrada morta no domingo (11), dentro do próprio carro, em uma área de mata em São Sebastião do Passé, cidade na Região Metropolitana de Salvador. Para a Polícia Civil, o companheiro dela, identificado como Tancredo Neves Feliciano de Arruda, de 26 anos, é o principal suspeito do feminicídio.

Ele foi preso em flagrante e afirma que os dois foram vítimas de um sequestro. Após passar por audiência de custódia, Tancredo teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, nesta segunda.

Em depoimento, Neves detalhou como tudo aconteceu durante a noite do crime.

Ele contou que conheceu Patrícia em novembro de 2023, em um restaurante de Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano. A delegada atuava como plantonista na unidade policial da cidade.

O relacionamento, segundo ele, teve início há cerca de quatro meses. O homem admitiu que houve agressões verbais ao longo desse período, mas negou que tenha ocorrido qualquer episódio de violência física ou sexual.

Apesar disso, ele chegou a ser preso em flagrante em maio deste ano por agressão contra Patrícia. Neves argumentou que provou sua inocência no caso e ressaltou que a vítima retirou a medida protetiva de urgência. Ele foi solto por decisão judicial e o casal se reconciliou.

Delegada Patrícia Neves Jackes Aires foi encontrada morta na Bahia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Em nota, a polícia lamentou profundamente a morte da servidora, que estava lotada no plantão da Delegacia Territorial de Santo Antônio de Jesus, e informou que está empenhada com todos os seus departamentos para esclarecer as circunstâncias do crime e realizar as providências cabíveis.

O Sindicato dos Policiais Civis também lamentou a morte da delegada.

A Delegada-Geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Campos de Brito, também lamentou o ocorrido através de uma publicação em uma rede social.

“Acordei com a triste notícia da partida da delegada Patrícia Neves Jackes Aires, que estava lotada no plantão da Delegacia Territorial de Santo Antônio de Jesus. Meus sentimentos aos familiares e colegas de profissão”, escreveu na legenda da postagem.

A Secretária das Mulheres do Estado disse que “a delegada Patrícia tinha uma carreira promissora, inclusive com forte atuação na prevenção e enfrentamento às violências de gênero”.

O corpo de Patrícia Jackes foi velado na manhã desta segunda-feira (12), na Câmara de Vereadores de Santo Antônio de Jesus. O sepultamento será nesta terça (13), em Recife.

Veja também