Senado analisa medidas para evitar evasão na educação superior

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A política nacional de assistência estudantil foi aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos.

Da Rádio Senado, Marcella Cunha

Foto: educação.sme.prefeitura.sp.gov.br

A Política Nacional de Assistência Estudantil busca ampliar o índice de conclusão dos cursos na educação superior, profissional, científica e tecnológica pública federal, criando condições de permanência para os estudantes.

Segundo o Mapa do Ensino Superior no Brasil de 2023, mais da metade dos alunos que entram na faculdade desistem antes de se formar. Para driblar o problema, a Política vai garantir benefícios que impactam diretamente a vida do estudante, como moradia, alimentação, transporte, saúde e apoio pedagógico, entre outros.

Para ter direito, o aluno precisa cumprir apenas um dos seguintes requisitos: ter estudado na rede pública ou na rede privada como bolsista integral; ter família em situação de vulnerabilidade socioeconômica; ter alto desempenho acadêmico e esportivo; ser refugiado em situação de vulnerabilidade; vir de um abrigo de acolhimento institucional; ou ser quilombola, indígena ou de comunidades tradicionais.

O texto foi apresentado pela senadora Professora Dorinha Seabra, do União do Tocantins, quando ainda era deputada. Para ela, a proposta pode ajudar a tornar o sistema educacional mais inclusivo.

“O desafio de chegar à universidade é enorme, porque nós temos ainda um sistema de educação excludente, mas só chegar não serve. Como esse jovem, como esse estudante adulto vai permanecer e permanecer com sucesso? Que, somando tudo isso, o prejuízo para quem não consegue ficar são turmas vazias de alunos que não estão presentes, porque não conseguiram e também não vão cumprir sua tarefa na sociedade brasileira”.

O programa também cria uma bolsa permanência, que será paga a estudantes que não recebam nenhum outro auxílio acadêmico. O valor será de R$ 700 para alunos do ensino superior e 300 para os do ensino médio e profissional, sendo que indígenas e quilombolas vão receber o dobro. O relator, senador Alan Rick, do União do Acre, defende que embora tenham havido avanços no acesso à educação superior, com mais vagas e financiamento de mensalidades, as dificuldades de se manter estudando são enormes, especialmente para os alunos mais pobres.

“Os gastos expressivos com alimentação, transportes, moradia, compra de livros e de materiais de estudo por vezes são impeditivos para os estudantes vindos de famílias com baixa renda. Estes alunos muitas vezes precisam trabalhar para financiar o seu sustento e seus estudos, encarando longas jornadas que concorrem com o tempo necessário para manter a dedicação e o bom desempenho acadêmico”.

Alan Rick também esclareceu que a proposta não traz impacto financeiro para a União, já que o Plano Nacional de Assistência Estudantil e o Programa Bolsa Permanência já foram instituídos pelo Governo Federal e não haverá novas dotações orçamentárias.

Apesar da evasão ser maior nas faculdades particulares, chegando a quase 60%, o foco do projeto são as instituições federais, que registram uma média de 40% de abandono. Se houver disponibilidade econômica, serão atendidos estudantes de mestrado e doutorado das universidades federais ou alunos de graduação de universidades estaduais ou municipais. O projeto segue para análise da Comissão de Educação.

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