Revitalização da Praça da Matriz de Missão do Sahy gera polêmica: Patrimônio histórico em risco

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Obra causa debate e preocupação.

Blog do Eloilton Cajuhy

O início da obra de revitalização e urbanização da Praça da Matriz, no centro de Missão do Sahy, pela prefeitura de Senhor do Bonfim, tem gerado um intenso debate nas redes sociais. Iniciada na última quarta-feira (10), a obra está dividindo a opinião dos moradores, pois o local abriga um sítio arqueológico com símbolos marcantes que contam a história do local e da região.

Missão do Sahy é o marco inaugural e mais antigo de colonização na região do Piemonte Norte do Itapicuru, sendo inicialmente ocupado pelos colonizadores que estabeleceram um aldeamento por volta de 1697, para onde foram trazidos alguns indígenas. Esse sítio arqueológico desempenha um papel fundamental na história do sertão baiano e é protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). É importante lembrar que os sítios arqueológicos são protegidos por lei desde 1964.

Em apenas dois dias de trabalho, a área no entorno da Igreja Matriz foi completamente revirada por máquinas, e as ruínas do antigo chafariz e do cruzeiro foram reduzidas a escombros. Na manhã de sexta-feira (12), a arqueóloga e professora da UNEB, Cristiana de Cerqueira Santana, esteve no local acompanhada de uma equipe técnica, onde recolheu vestígios do passado, como fragmentos de porcelana, louça, comum do século 19, vasos de cerâmica, ossos (que precisarão passar por análises para determinar sua origem), entre outros objetos. Segundo Cristiana de Cerqueira, a destruição das ruínas do antigo chafariz e do cruzeiro eliminou duas potenciais atrações turísticas com mais de 300 anos de história.

“Aqui está a memória cultural da história da nossa região”, conta a arqueóloga Cristiana de Cerqueira Santana.

Pela legislação em vigor, a prefeitura só poderia iniciar a obra em Missão do Sahy após solicitar um estudo histórico e arqueológico prévio na área. No entanto, a execução foi iniciada sem tais procedimentos e sem a autorização do IPHAN, configurando um crime contra o patrimônio cultural nacional. Diante disso, uma denúncia foi apresentada ao IPHAN e ao Ministério Público Estadual, que deverão exigir da administração municipal a regularização do projeto antes de retomar a obra de revitalização da praça.

*Fotos feitas pela equipe que foi ao local verificar a obra.

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