Canção Nova

Durante os sete meses e vinte e dois dias em que sofri de depressão, nunca pensei em largar o sacerdócio. Mas perdi aquilo que era mais importante – o foco. Minha oração começou a cair na rotina, inclusive, a Santa Missa. Tudo que fazia ficava olhando no relógio, porque não via a hora das coisas acabarem.
O que me salvou foi um “acordo” que fiz com Jesus, de passar 1h na Capela, em adoração, todos os dias e também viver diariamente a oração do rosário.
Faço uma simples comparação: quando estava com depressão, eu comia muito mal, mas não porque não me alimentava, e sim, porque não mastigava bem – apenas engolia a comida. E, assim, fazemos com a vida de oração. Por vezes a consideramos como “algo chato”, um processo “repetitivo”, assim como o mastigar do alimento.
Entretanto, da mesma forma que é necessário mastigar o alimento, é também necessário “mastigar” a oração, porque esse processo de mastigar o alimento faz parte de uma boa alimentação e, logo, o de “mastigar a oração” faz parte de uma boa vida de oração. O rosário tem um poder que não imaginamos, por isso, precisamos rezá-lo diariamente.
Percebi que a causa da minha depressão era porque eu não estava me amando, mas isso não é questão de “narcisismo”, e sim que não me amava como Deus me ama. Na oração diária, mesmo não querendo, o amor foi tomando conta de mim e fui retomando o foco. Se, hoje estou aqui, é porque eu amo Jesus e Ele me ama muito!