Presidente da Petrobras anuncia parceria com árabes para retomar operação de refinaria vendida na gestão Bolsonaro

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on email
Share on telegram

Em viagem ao Oriente Médio, presidente da estatal também fez negócios para trazer ao Brasil subsidiária de petroleira do Kwait

Folha de S.Paulo

Presidente da estatal brasileira Petrobras, Jean Paul Prates – Mauro Pimentel/AFP

Em viagem ao Oriente Médio, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta terça-feira (13) que está construindo uma parceria com o fundo árabe Mubadala Investment Company para que a estatal brasileira retome a operação da RLAM (Refinaria Landulfo Alves), de Mataripe, na Bahia.

A refinaria foi privatizada e vendida aos árabes na gestão de Jair Bolsonaro (PL), em novembro de 2021, dentro da política de desinvestimentos da Petrobras, iniciada no governo passado. Desde que chegou à Presidência, porém, a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem tentado barrar essa iniciativa.

Em publicação na X (antigo Twitter), Prates disse que se reuniu, em Abu Dhabi, capital do Emirados Árabes Unidos, com o presidente do conselho do Mubadala Capital, Waleed Al Mokarrab Al Muhairi, cuja equipe gerencial e técnica tem trabalhando há meses para construir uma parceria que visa recuperar a operação da refinaria de Mataripe.

“Acertamos que nossas equipes intensificarão os trabalhos logo após a volta dos feriados de Carnaval com vistas a finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024”, disse Prates na publicação.

O presidente da Petrobras, porém, não deu mais detalhes sobre o negócio. “Demais detalhes e andamentos atuais serão mantidos sob confidencialidade até a finalização do processo”, declarou.

No mês passado, a Petrobras abriu uma investigação administrativa para avaliar a venda da refinaria de Mataripe. A investigação foi uma reação à divulgação de um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), segundo o qual a venda da refinaria foi feita em uma transação com baixo preço.

Refinaria Landulfo Alves, Mataripe, Bahia – Foto: Divulgação

Segunda maior unidade de refino do país, o negócio concretizou a primeira venda de uma refinaria pela Petrobras dentro de sua política de desinvestimento, a um preço de R$ 10,1 bilhões (na cotação da época). Quem comprou a unidade foi a Acelen, empresa criada pelo Mubadala para atuar no mercado de refino brasileiro.

Segundo relatório da CGU, o momento da venda da refinaria ocorreu em um cenário de “tempestade perfeita”, com pandemia de Covid-19, fraca previsão de crescimento econômico no Brasil e queda nos preços internacionais do petróleo impactando o preço do negócio.

Além de tratar da retomada da operação da refinaria pela Petrobras, Prates disse que também tratou com Waleed a ampliação e o aprimoramento do empreendimento de biocombustíveis do Mubadala no Brasil.

Procurada pela Folha, a assessoria da Petrobras não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Veja também

Caminhos certos

Blog do Eloilton Cajuhy Quantas vezes achei que fosse o fim, e a vida me surpreendeu, alargando minha estrada, me mostrando outra