O filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” ganhou o prêmio de Melhor Filme Internacional
Por Eloilton Cajuhy

Pela primeira vez, uma produção cinematográfica brasileira é agraciada com o Oscar. O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro como Eunice Paiva em diferentes fases da vida, além de Selton Mello no papel de Rubens Paiva, e que teve o roteiro baseado na autobiografia homônima de 2015, escrita por Marcelo Rubens Paiva, ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional.
A trama retrata a história autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva com enfoque na vida de sua mãe, Eunice Paiva, uma advogada que acabou se tornando ativista política na sequência da prisão e consequente desaparecimento de seu marido (em razão da qual também foi presa com uma de suas filhas, Eliana Paiva) pela ditadura militar brasileira.
O filme ainda teve duas indicações: Melhor Atriz (Fernanda Torres) e Melhor Filme. A Cultura nacional vibrou com a conquista. Nas ruas, foram muitas as manifestações do povo brasileiro, em meio ao Carnaval, para celebrar algo tão valioso para o nosso cinema. E essa contagiante alegria nos mostra que “Ainda Estou Aqui” foi além de uma produção cinematográfica.
Seu diretor Walter Salles afirmou que “as pessoas entenderam que esta história, primeiro não era só sobre o nosso passado. Ela era sobre o nosso presente. Um presente que se torna perigosamente próximo em outros lugares do mundo”. Não tem como deixarmos de fazer essa ligação a partir da história contada no filme.
O Brasil viveu horrores nos chamados “tempos de chumbo” e alguns acontecimentos do presente levaram o nosso povo a temer pela volta da era mais difícil vivida pelo país com a ditadura militar. Portanto, o filme “Ainda Estou Aqui” deixou uma lição que, pelo menos, no entendimento dos jurados merecia o Oscar. Se por aqui muita gente não entendeu a mensagem, a premiação recebida pelo filme de Walter Salles deixou a lição. Nossa democracia gritou bem alto…
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