*Por Mirielle Cajuhy

Ontem (16), me senti meio triste vendo o depoimento da Bárbara, goleira da seleção feminina. Ela pediu, com os olhos marejados, que a torcida “não desistisse” delas. Achei sintomática essa fala. A Bárbara sabe que a torcida que diz que ama, pula e comemora quando o time tá ganhando, é a mesma que xinga, esnoba e maltrata quando o time perde.
Ela também sabe que foi muito difícil ter esse reconhecimento e visibilidade que a seleção feminina conseguiu nessas Olimpíadas do Rio. E eu senti na fala dela o medo de perder todo esse carinho por conta da partida de ontem.
Se eu pudesse encontrá-la agora, diria para ela, em tom tipicamente nordestino: “se avexe não, muié!”. O que é de vocês, ninguém vai tirar. Nunca precisaram de torcida em massa pra dar show de futebol, porque precisariam agora?
Aqueles que amam de verdade o futebol estão com vocês. Nós, mulheres – pois torcer pro futebol feminino é também uma questão de luta e resistência – estamos com vocês.
Se avexe não!
*Mirielle Cajuhy é graduanda em Jornalismo Multimeios pela UNEB – Campos Juazeiro-Ba