Olodum completa 45 anos e vai às ruas como símbolo da luta contra o racismo

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Bloco afro fez seu primeiro desfile neste Carnaval nesta sexta (9) nas ruas do Pelourinho, em Salvador.

Folha de S.Paulo

Desfile do bloco afro Olodum no Pelourinho, em Salvador – João Pedro Pitombo/Folhapress

As cores verde, vermelho, amarelo e preto, que simbolizam o pan-africanismo, tomaram as ruas do Pelourinho na tarde desta sexta-feira (9). Um dos mais tradicionais blocos afro de Salvador, o Olodum, fez seu primeiro desfile neste Carnaval celebrando 45 anos de sua fundação.

A concentração para a saída do Olodum começou por volta das 15h em frente à sede do bloco, no Pelourinho. A apresentação reuniu milhares de foliões, incluindo turistas, que foram conferir a batida do samba-reggae, uma das células da música de Carnaval da Bahia.

O Olodum desfila este ano com o tema “Wodaabe: O Povo do Sorriso – Uma História de Beleza e Diversidade” falando de nômades africanos que têm como tradição o protagonismo feminino.

Presidente da Fundação Palmares e um dos fundadores do Olodum, João Jorge Rodrigues celebrou o primeiro dia de Carnaval e lembrou o marco dos 50 anos dos blocos afro na Bahia, a partir da fundação do Ilê Aiyê em 1974.

“Estamos vivendo um momento especial pela comemoração de instituições que sobreviveram ao tempo. A luta contra o racismo na Bahia ganhou símbolos poderosos da cultura da resistência. Isso é um exemplo para todo o Brasil”, afirmou João Jorge.

Ele afirmou que ainda há muito a avançar no enfrentamento ao racismo estrutural e institucional, mas destacou conquistas deste último meio século a partir da luta de homens e mulheres engajados na causa da igualdade racial: “Não acabou com o racismo, mas já é outro mundo”.

Em 2024, pela primeira vez em muitos anos, o Olodum conseguiu um patrocínio privado em uma parceria com uma grande rede de supermercados. O bloco também recebe recursos da Prefeitura de Salvador e do governo do estado.

Nesta sexta, nas ruas do Pelourinho, o Olodum cantou alguns de seus maiores sucessos, acompanhado por sua percussão. Músicos da banda faziam acrobacias com tambores e baquetas.

A apresentação foi acompanhada por artistas, representantes do setor cultural e autoridades, incluindo o governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Ele celebrou os 45 anos do bloco e destacou a importância de dinamizar a vida no Pelourinho, cujo conjunto arquitetônico é considerado patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. “Festa e cultura é importante, mas precisamos olhar para as pessoas que moram aqui”, afirmou.

O bloco volta à avenida no domingo (11), no circuito Barra-Ondina, e faz novo desfile na terça-feira (13), no circuito do Campo Grande.

Neste ano, a banda tem de volta o cantor Narcizinho, que retorna depois de três anos e se junta a Lucas di Fiori e Lazinho.

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