Blog do Eloilton Cajuhy
Quando dói em mim, eu deixo. Deixo doer até a última gota de água salgada. Depois ela se vai. A dor não quer outra coisa que não seja exercer sua função: doer. E não é banalizando, embotando as emoções que ela vai deixar de surgir de tempos em tempos. Não sei como dói em você, mas por saber como dói a minha dor eu tento imaginar a sua: de tão abstrata incomoda fisicamente porque se humaniza em nós. E nos humaniza. Deixe doer o que for honesto. Deixe alagar seus olhos de chuva, escorrer pelo seu rosto e traçar caminhos sinuosos ou retas perfeitas como fazem os rios. A dor só quer te lembrar que há vida naquilo que você rejeitou porque compunha o outro extremo do que imaginávamos ser a felicidade. A dor quer que você adquira sabedoria experimentando a totalidade.
Marla de Queiroz