O que é a “Doença do Pombo?” Especialista explica

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on email
Share on telegram

Infectologista Cirley Lobato explicou os principais sintomas da doença que matou uma mulher de 49 anos no Acre.

Por Aline Nascimento, g1 AC — Rio Branco

Reprodução

Tosse, dor no peito, dores de cabeça, tontura, vômito. Estes são alguns dos sintomas da criptococose, conhecida como “Doença do Pombo”, que causou a morte da atendente de loja Sandra Silveira Bezerra, de 49 anos, em novembro do ano passado, no Pronto-Socorro de Rio Branco. Sandra ficou internada na unidade de saúde por uma semana.

A vítima recebeu o diagnóstico um dia antes de morrer. Na certidão de óbito consta que Sandra faleceu de meningite fúngica, criptococose, edema cerebral e pneumonia. Ela trabalhou por mais de 12 anos em uma loja de variedades que fica na Rua Cel. Alexandrino, bairro Bosque, na capital acreana, localidade onde há a presença constante de pombos.

A equipe da Rede Amazônica Acre conversou com a médica infectolosta Cirley Lobato para saber mais sobre a doença causada por um fungo presente nas fezes dos pombos.

“É causada quando a pessoa inala os poros do fungo, chamados criptococos, e, nesse momento, vai para o pulmão. Inicialmente, o paciente pode apresentar um quatro de pneumonia, uma gripe, que se confunde com muita coisa. Como a doença do pombo não é tão frequente, o diagnóstico é mais difícil”, contou.

A especialista explicou também que o fungo pode entrar na circulação sanguínea do paciente e atingir o cérebro, causando um quadro de meningite com dor de cabeça intensa. Sandra começou a passar mal no final do mês de setembro com tontura. Em outubro, passou a sentir muita fraqueza, tosse e dificuldades para respirar.

“É uma dor de cabeça intensa que não passa com medicação para dor, como dipirona, paracetamol, vômitos e pode ter alteração de consciência. Infelizmente, pode evoluir para a morte e ter sequelas. Para eu fazer o diagnóstico de um agravo, tenho que pensar neste agravo. Como não é uma doença tão frequente, e muitas vezes atinge com quadros mais graves, pessoas que têm alguma imunossupressão, não pensam logo nisso”, ressaltou.

A infectologista destaca também que, em pessoas sem comorbidades, a primeira avaliação leva a crer em um quadro de Covid, gripe, tuberculose, pneumonia e até meningite.

“O paciente vai evoluindo, vem um quadro mais grave e aí que se pensa em um quadro do fungo. É importante no diagnóstico a epidemiologia descobrir o que o paciente faz, onde estava, se tem a presença de pombos no local. Sempre falo que o pombo não é o mal, ele traz o mal porque o fungo está nas fezes do pombo”, lamentou.

Cirley explicou quais cuidados são necessários para evitar o contato com o fungos. Ele orientou a população a não alimentar as aves para evitar a presença delas nos locais.

“Não exterminar os pombos, tem que ter cuidado quando estiver manuseando as fezes do pombo, tem que lavar bem com água, sabão, o cloro consegue eliminar bem os poros, usar máscaras e luvas quando estiver manuseando este material”, orientou.

Diante de qualquer sintoma, a pessoa precisa procurar uma unidade de saúde. “Geralmente, tratam como uma pneumonia. Se não melhorar, volte ao profissional de saúde para se fazer uma investigação melhor. Começa a apresentar dor intensa na região da nuca, vômito forte. Procure o atendimento médico porque existe tratamento”, disse.

Veja também

MEC publica edital de inscrições para o Fies

Complementação de informações de pré-selecionados começa dia 31. Por Agência Brasil O Ministério da Educação (MEC) anunciou o cronograma e demais procedimentos