Por Blog do Eloilton Cajuhy – BEC

Há uma armadilha sutil em querer ser o alívio na dor dos outros. Às vezes, por amor, amizade ou simplesmente compaixão, nos colocamos na posição de curativos emocionais — cuidamos, escutamos, apoiamos, seguramos firme quando o outro desaba. E sim, isso pode ser bonito… até que se torne injusto.
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Curativos são importantes, mas são feitos para serem temporários. Servem enquanto há dor, mas inevitavelmente são descartados quando a ferida cicatriza. E com pessoas, infelizmente, acontece o mesmo: muitas só nos procuram quando estão quebradas, e partem quando se reconstroem. A gratidão desaparece, o vínculo se dissolve, e o que resta é o vazio de quem foi usado como suporte.
Por isso, nunca se torne o curativo de alguém. Seja presença, seja companhia, seja amor — mas nunca apenas função. Relações verdadeiras não nos usam como ferramentas de cura, mas nos convidam a caminhar juntos, com reciprocidade, mesmo quando já não há feridas.
Você não nasceu para ser descartável. Você é inteiro. E merece pessoas que o vejam assim — mesmo depois que a dor passar.