Nos dez anos do Novembro Azul, prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata continuam um desafio

Da Rádio Câmara, de Brasília, com informações de Bruno Angrisano, Ana Raquel Macedo

Quando a campanha Novembro Azul começou, há dez anos, muitos homens evitavam falar da própria saúde. Hoje a iniciativa de conscientização voltada à prevenção e tratamento do câncer de próstata e outros aspectos da saúde masculina, embora ainda tenha desafios pela frente, avançou bastante, como conta Marlene Oliveira, do Instituto Lado a Lado, que idealizou a campanha no Brasil.

“Em 2011, nós começamos o Novembro Azul, que hoje se tornou o maior movimento do país em prol da saúde do homem e nós temos muito orgulho de ter criado essa campanha e deixado esse legado pro nosso país e para toda a saúde do homem. A gente está longe do cenário ideal, mas a gente já percebe que nesses dez anos a gente conseguiu dar alguns passos importantes”.

Marlene participou de audiência pública na Câmara organizada pela Comissão Especial de Combate ao Câncer no Brasil com o objetivo de discutir os avanços e conquistas da Campanha Novembro Azul nesses dez anos de iniciativa.

Presidente da comissão, o deputado Weliton Prado (Pros-MG) destacou a importância da campanha e lembrou que o câncer de próstata é o que mais mata homens no Brasil

“Tem muito tabu que a gente vem quebrando aos poucos. Os homens infelizmente não procuram os médicos para fazer os exames regulares e é o tipo de câncer que mais mata homens no Brasil: 65 mil novos casos por ano, 16 mil mortes por ano que poderiam ser evitadas”.

Além do tabu, outro fator prejudicou o diagnóstico precoce do câncer de próstata desde o ano passado: a pandemia de Covid 19. Segundo Helena Esteves, do Instituo Oncoguia, casos de câncer de próstata que poderiam ter sido diagnosticados precocemente evoluíram para quadros graves:

“Infelizmente a gente sabe que vai enfrentar uma epidemia de casos avançados de câncer passada a pandemia. Só em relação ao câncer de próstata, quando a gente compara com 2019, cerca de 5 mil homens a menos começaram seus tratamentos em 2020 e em 2021 esse número já chega a 20 mil homens. Por isso, eu reforço aqui a importância deste mês e de todos para frente”.

Aline Creder, do Ministério da Saúde, reforçou que o Sistema Único de Saúde possibilita o tratamento do câncer de próstata desde a fase inicial.

“Nós oferecemos o tratamento de câncer de próstata nos estágios desde o inicial ao avançado e eu vou trazer os números do ministério. Esses tratamentos ocorrem nos hospitais habilitados em alta complexidade em oncologia. Atualmente temos 314 serviços habilitados em oncologia para tratamento de todos os tipos de câncer”.

Presente ao debate, a deputada Silvia Cristina (PDT-RO) lembrou que, quando enfrentou um câncer de mama, o diagnóstico precoce foi essencial para a cura da doença. Cristina reforçou que a prevenção e o tratamento do câncer em fase inicial estão entre os principais objetivos de campanhas como o Novembro Azul.

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