Blog do Eloilton Cajuhy – BEC
No último sábado, a influenciadora Fabiana Justus compartilhou um episódio preocupante com seus seguidores: uma crise de labirintite logo após o treino. Ela precisou ser socorrida pelo marido e por uma funcionária. Para quem acompanha sua trajetória, sabe que Fabiana está em tratamento contra um câncer, o que torna esse episódio ainda mais importante de ser observado com atenção.
“Tudo rodou” – Mas o que isso significa?
“O termo ‘labirintite’ é muito usado popularmente para descrever qualquer episódio de tontura. Mas, na medicina, a tontura é um sintoma, não um diagnóstico. E por trás de uma tontura ou crise vertiginosa, podem existir mais de 40 causas diferentes, envolvendo problemas no labirinto, no nervo do labirinto (nervo vestibular), em áreas do cérebro responsáveis pelo equilíbrio e coordenação (como o cerebelo) e até mesmo questões hormonais, metabólicas e efeitos colaterais de alguns medicamentos”, ressalta o neurologista Dr. Saulo Nader, expert em tontura pela USP, membro da Bárány Society, a sociedade internacional de tontura e vertigem.
Segundo o neurologista, vale lembrar que a principal causa de “tudo rodando”, ou seja, de uma vertigem, é a VPPB (Vertigem Posicional Paroxística Benigna), uma doença do labirinto que se corrige sem precisar de remédios, com manobras feitas no próprio atendimento.
Dr. Saulo explica ainda que no caso de pacientes oncológicos, como o da Fabiana, a atenção deve ser redobrada:
Tratamentos como quimioterapia, alterações imunológicas, anemia, desidratação ou até efeitos de alguns medicamentos podem desencadear episódios de tontura ou vertigem. Além disso, o corpo está em constante adaptação — e qualquer sinal fora do comum merece investigação. Como neurologista com expertise em tontura, ele reforça: “Não aceite um diagnóstico raso de é só uma ‘labirintite’, sem uma investigação adequada. Seu corpo fala, e ele merece ser escutado com profundidade”, finaliza Doutor Saulo.
