Por Helder Azevedo/Biz Comunicação Integrada
Um levantamento de 2022 revelou um aumento alarmante no número de mortes de idosos devido a quedas no Brasil. De acordo com informações do Ministério da Saúde, passou de 4.816, em 2013, para 9.592, em 2022. As estatísticas são referentes às quedas da própria altura, quando a vítima está com os pés no nível do solo e acaba caindo.
Na Bahia, houve um registro de um aumento significativo também, no entanto, em proporção um pouco maior do que a média nacional. Dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) indicam um total de 311 óbitos por queda do mesmo nível, em 2013, e 680, em 2022, um acréscimo de 118% em uma década.
Em 2022, aproximadamente 17% dessas mortes foram decorrentes de escorregões, tropeções ou passos falsos. Já em 2013, o número de mortes pelas mesmas causas chegou a 10,9%. Esse tipo de acidente é a terceira causa de mortalidade entre pessoas acima de 65 anos. Em todo país, foram 70.516 óbitos em uma década (2013 a 2022), 5.052 delas ocorreram na Bahia.
Durante o período entre janeiro e novembro de 2023, a Sesab divulgou um total de 5.231 casos de idosos que foram hospitalizados devido a quedas, tropeções ou passos em falso. A análise dos dados revela uma tendência decrescente desses incidentes a partir do ano de 2016, mantendo-se um cenário relativamente estável até o ano de 2020. No entanto, houve um retorno a um aumento significativo dessas ocorrências a partir desse mesmo ano. Já em 2022, na Bahia, o número de idosos internados devido a esse tipo de acidente alcançou a marca de 5.727 casos.
Esse crescimento levanta preocupações sobre a segurança e o cuidado com a população idosa, especialmente em um país onde o envelhecimento da população é uma realidade crescente. Angelina Oliveira, enfermeira da Ammo Enfermagem, empresa especializada em serviços de cuidadores e de enfermagem, alerta para o fato de que esse aumento pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo a falta de adaptação dos ambientes domésticos para a mobilidade dos idosos, a ausência de medidas preventivas adequadas e a falta de conscientização sobre os riscos de quedas nessa faixa etária.
Segundo Angelina de Oliveira, outro ponto importante que deve ser considerado é a fragilidade física, com a perda de massa muscular, a diminuição da capacidade sensorial que contribuem para torná-los mais suscetíveis a acidentes desse tipo.
Especialistas intensificam esforços para implementar medidas preventivas e educativas. Campanhas de conscientização sobre a prevenção de quedas, com foco na adaptação dos ambientes domésticos, prática regular de exercícios físicos para fortalecimento muscular e equilíbrio, além da assistência de um cuidador são essenciais para a prevenção desses acidentes.