Morre, aos 81 anos, o sambista Wilson Moreira

Compositor teve complicações renais causadas por um câncer de próstata
Músico nasceu em Realengo, na Zona Oeste do Rio (Foto: Arquivo Pessoal)

Morreu na noite desta quinta-feira (06), aos 81 anos, o sambista Wilson Moreira. O cantor e compositor estava internado desde a segunda-feira no Instituto Nacional do Câncer (Inca) de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, com complicações renais causadas por um câncer de próstata contra o qual lutava há mais de dez anos.

Um dos maiores nomes da história do samba, é autor de sucessos como “Judia de mim” (com Zeca Pagodinho), “Goiabada cascão”, “Senhora liberdade” e “Coisa da antiga” (as três com seu maior parceiro, Nei Lopes). Seu álbum “A arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes” é considerado um dos mais importantes do gênero.

Wilson “Alicate”, como também era conhecido, teve suas músicas gravadas por várias estrelas da música brasileira, como Clara Nunes, Elizete Cardoso, Candeia, Alcione, Martinho da Vila, D. Ivone Lara, Jovelina Pérola Negra, Dudu Nobre, Zeca Pagodinho, Elza Soares, Moacyr Luz e Jorge Aragão e Beth Carvalho (que cantou “Goiabada cascão” deitada, por conta de dores na coluna, no show em comemoração ao disco “De pé no chão”).

Moreira nasceu em 12 de dezembro de 1936 e foi criado no bairro de Realengo. O samba era a sua grande paixão. Com 12 anos já observava atentamente o batuque das escolas de samba. Passou a compor e logo seria diretor de alas e um dos primeiros integrantes da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel onde integrava a ala dos compositores e a bateria (começou oficialmente na Mocidade aos 15 anos).

Seu primeiro samba-enredo, “Bahia”, parceria com Ivan Pereira, foi um sucesso. Outro famoso samba-enredo seu, “As Minas Gerais”, foi muito elogiado pelo mestre Ary Barroso. Aos 29 anos gravou o seu primeiro compacto, passando a ser gravado por grandes intérpretes da MPB. Em 1968 transferiu-se para a Portela onde encontraria grandes parceiros e amigos como Paulinho da Viola, Candeia, Natal e muitos outros.

*O Globo

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