Seis trabalhadores foram encontrados em condições análogas às de escravidão. Caso foi resolvido e arquivado em abril, segundo Ministério Público do Trabalho
Por Larissa Feitosa, Gabriela Macêdo, g1 Goiás
O cantor Leonardo usou as redes sociais, nesta segunda-feira (7), para dar esclarecimentos a seus fãs. O posicionamento aconteceu depois que o artista teve seu nome incluído na ‘lista suja’ do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) após seis trabalhadores terem sido resgatados em condições de trabalho semelhantes à escravidão em duas fazendas de sua propriedade, em Jussara, região noroeste de Goiás.
“Gente, eu já plantei tomate, eu sei como é que é. A vida é difícil lá. Eu, do meu coração, jamais, jamais faria isso. Então, eu acho que há um equívoco muito grande sobre a minha pessoa. Eu não me misturo, eu não me misturo nessa lista aí que eles fizeram aí de trabalho escravo”, afirmou.
Leonardo explicou que em 2022 arrendou uma parte da Fazenda Lakanka, da qual é dono, para que uma pessoa plantasse soja. Depois de um tempo, diz ter sido surpreendido com uma visita do Ministério Público do Trabalho e do MTE, que dizia que existiam funcionários em situação análoga a escravidão no local.
“Surgiu um funcionário lá nessa fazenda que eu arrendei, que eu não conheço, nunca vi falar, nunca vi, e de repente eu fui visitado pelo Ministério Público do Trabalho, e foi lavrada uma multa pra mim, pra mim que sou o proprietário da fazenda”, afirmou.
O cantor disse que respeita as autoridades e que pagou as multas que recebeu, tendo o caso sido arquivado. O Ministério Público do Trabalho confirmou ao g1 que abriu inquérito civil em 2023, o procedimento correu em sigilo e foi arquivado em abril de 2024.
“Eu sou totalmente contra esse tipo de coisa”, reforçou Leonardo.
A explicação dada pelo cantor já havia sido informada ao g1 pelo advogado dele, Pedro Vaz. Segundo a defesa, quando o Ministério Público do Trabalho se manifestou, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado, e “todos os problemas foram resolvidos”, mesmo sem serem de responsabilidade direta de Leonardo, dado o arrendamento da fazenda.
“Como a matrícula estava em nome do Leonardo, o Ministério Público do Trabalho propôs a ação. Na audiência, a gente apresentou o contrato de arrendamento e aí tudo foi esclarecido, mas pra que evitasse qualquer tipo de problema, nós pagamos todas as verbas indenizatórias naquele momento mesmo e tudo ficou sanado”, afirmou o advogado.
A defesa informou que “estão sendo tomadas as medidas necessárias para remover o nome de Leonardo da lista mencionada”.
O Ministério do Trabalho e Emprego explicou que a ‘lista suja’ é atualizada semestralmente e visa dar transparência aos atos administrativos decorrentes das ações fiscais de combate ao trabalho análogo à escravidão.
A inclusão de pessoas físicas ou jurídicas na ‘lista suja’ ocorre somente após a conclusão do processo administrativo que julga o auto específico de trabalho análogo à escravidão. Mesmo após a inserção na lista, conforme estipulado pelo artigo 3º da Portaria Interministerial que o regulamenta, o nome de cada empregador permanecerá publicado por um período de dois anos.