Blog do Eloilton Cajuhy
Uma fábula antiga conta que em uma fazenda vivia um rato, que tinha sua toca dentro da casa do fazendeiro. Um belo dia amanheceu e o rato, ao sair da toca, se deparou com uma caixa trazida pelo fazendeiro. Muito curioso ficou à espreita esperando que alguém abrisse a caixa e revelasse o que havia em seu interior. Horas mais tarde, os empregados da fazenda abriram a caixa e de lá tiraram uma grande ratoeira. O rato, de tão apavorado que ficou com o novo objeto da casa, saiu pela fazenda buscando avisar a todos dos perigos que estavam por vir.
Foi até a galinha e contou o que tinha visto, e perguntou o que ela ia fazer. A galinha muito tranquila disse que não tinha nada com isso uma vez que ela era esperta e nunca seria pega pela ratoeira.
Foi então até o porco e falou da ratoeira e da reação da galinha, mas também o porco disse que aquele assunto não o interessava porque a ratoeira estava dentro de casa e ele nunca entraria na casa.
Por fim o rato procurou a vaca, mas a reação dela não foi diferente. A vaca disse que a ratoeira era muito pequena para ela, então não havia com o que ela se preocupar.
Conformado, o rato voltou para sua toca e procurou ter cuidado por onde andava para não ser pego pela armadilha.
Certa noite, acordada pelo barulho característico da ratoeira, a mulher do fazendeiro foi ver o que havia, e se deparou com uma cobra presa pelo rabo. Ao tentar soltar a cobra, a mulher foi picada e caiu desacordada pela força do veneno. Levada às pressas ao seu quarto começou a piorar e então a cozinheira teve a ideia de preparar uma boa canja para lhe recobrar as forças, e matou a galinha.
Como se passaram os dias e a mulher do fazendeiro só piorava, os vizinhos e conhecidos preocupados começaram a frequentar a casa oferecendo ajuda. Como era grande o número de visitas, o fazendeiro resolveu matar o porco para poder alimentar a todos.
Por fim, a mulher acabou morrendo por conta da enfermidade, e toda a comunidade veio prestar condolências e se despedir. Tamanho foi o número de pessoas que o fazendeiro pediu a cozinheira que matasse a vaca e preparasse comida a todos.
Como podemos ver, o problema foi de todos, mas apenas aquele que se preocupou saiu ileso. Isso acontece com frequência em nossas empresas, onde funcionários colocam seus antolhos (“tapam” os olhos) e evitam “problemas alheios”.
O que ocorre é que as empresas são ecossistemas, sendo todos, de uma forma ou de outra, relacionados.
É por este motivo que devemos vestir a camisa, e saber que os problemas são nossos, assim como todos os benefícios.