Escorpiões: casos aumentam no Brasil e biólogo orienta como agir em situações de risco

FONTE: Centro Universitário de Brasília (CEUB)

Com mais de 195 mil acidentes registrados no país, especialista alerta que matar o animal pode ser mais perigoso que deixar vivo.

Blog do Eloilton Cajuhy – BEC

Foto: gerardmartincarrasquero – Freepik – Premium License

No Brasil, os acidentes por picada de escorpião estão em crescimento e já representam um problema de saúde pública. Em 2024, foram registrados mais de 195 mil casos, segundo dados do Ministério da Saúde. As regiões Sudeste e Nordeste concentram a maior parte das ocorrências, mas o risco é nacional, e especialistas reforçam a importância de saber como agir diante de um encontro com o animal. Fabrício Escarlate, professor de Ciências Biológicas do Centro Universitário de Brasília (CEUB), traz orientações práticas sobre o que fazer ao encontrar um escorpião e os cuidados essenciais para reduzir riscos.

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Com a chegada das altas temperaturas e a presença de entulhos e resíduos urbanos, cresce o risco de encontros indesejados com escorpiões em ambientes internos, como casas, apartamentos, ou até em espaços coletivos. O clima propicia o encontro principalmente com os escorpiões amarelos, espécie comum na região Centro-Oeste.

“Os escorpiões são discretos e silenciosos, mas podem ser perigosos. Informação e prevenção são nossas melhores ferramentas”, destaca Escarlate.

Segundo o especialista, o mais importante ao encontrar o animal é manter a calma e evitar o contato direto. Apesar disso, muitos ainda tentam matar o escorpião, atitude que, segundo o especialista, aumenta os riscos. “O mais seguro é acionar uma equipe de controle de pragas e, enquanto isso, isolar o espaço. Se necessário, utilizar algum objeto longo para conter o animal, sem nunca usar as mãos. O escorpião não vai correr atrás da pessoa nem atacar de forma ativa. Ele tende a fugir ou se esconder”, orienta.

Fabrício destaca que o cuidado também vale ao encontrar o escorpião sem vida, podendo indicar infestação – que está ligada principalmente às condições ambientais. O docente do CEUB cita o caso do escorpião-amarelo, que se reproduz por partenogênese e todas as fêmeas conseguem gerar filhotes sem machos.

“Materiais acumulados, entulho e sujeira atraem baratas, que são a principal fonte de alimento dos escorpiões. Onde há baratas, há chance de escorpião. Nesses casos, é recomendada uma dedetização para maior segurança”, reforça.

Os pets também correm risco

Em caso de picada, a orientação é levar o animal de estimação imediatamente ao veterinário.

“Não tente remover o ferrão, não esprema o local nem aplique substâncias caseiras. Só o profissional pode avaliar a gravidade. Mesmo quando não há certeza da picada, a observação é essencial. Mudanças bruscas de comportamento, como apatia ou dificuldade para andar, já são motivo para buscar ajuda”, alerta o professor.

Diante desse cenário, prevenção é a palavra-chave: manter a casa limpa, vedar ralos e frestas, evitar acúmulo de entulho e procurar apoio especializado em caso de suspeita de infestação são medidas fundamentais.

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