BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Os economistas Pérsio Arida e André Lara Resende vão participar formalmente da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) a pessoas próximas.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) também participará do grupo que vai fazer o processo de troca entre governos, colaborando na área de desenvolvimento social. Ela se reuniu com Alckmin nesta terça-feira (8).
Na segunda-feira (7), a Folha mostrou que a parlamentar já havia sido sondada pelo vice-presidente eleito. Durante o encontro, Alckmin disse a Tebet que ela poderia atuar e opinar na área que quisesse durante a transição. A senadora afirmou, então, que gostaria de trabalhar com temas ligados à assistência social.
A equipe de transição deverá ter até cinco grandes comissões, que serão subdivididas em grupos menores.
O setor que tratará de economia deve ter quatro nomes principais. Além de Pérsio e André Lara, o economista Guilherme Mello, professor da Unicamp e ligado ao PT, também fará parte da equipe. O quarto nome ainda está em definição.
Pérsio Arida chegou a ser citado entre os nomes considerados para assumir a economia. Ele é próximo de Alckmin, vice-presidente eleito e coordenador da transição.
O economista é um dos pais do Plano Real – medida que acabou com o cenário de hiperinflação nos anos 90, na transição dos governos Itamar Franco (1992-1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) – e declarou voto em Lula no segundo turno.
Já o economista André Lara Resende, outro integrante da equipe pai do Real que apoiou Lula, não deve ter cargo de gestão. Pode ser indicado para representar o Brasil em algum organismo internacional, como o Banco Mundial ou o FMI (Fundo Monetário Internacional), ou atuar como um formulador de políticas públicas.
O PSB indicou para a equipe o próprio presidente da sigla, Carlos Siqueira, o prefeito de Recife, João Campos, e o ex-governador de São Paulo Márcio França. O objetivo foi contemplar dois estados em que o PSB tem força.
França também é cotado para ocupar algum ministério de Lula. São citadas como opções a pasta de Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Indústria e Comércio, além de Cidades.
No desenho já definido da transição, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, esposa do petista, deverá atuar na organização da cerimônia de posse.
Aloizio Mercadante deve coordenar esses núcleos de discussão temática. A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) deverá coordenar as relações institucionais da transição
Lula deve ir a Brasília na noite desta terça (8), onde se reunirá com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
O périplo serviria como demonstração de respeito às instituições.