Histórias de esperança e comprometimento em nome do bem comum.
Blog do Eloilton Cajuhy
Nas trilhas sinuosas da vida, há almas que iluminam o caminho dos outros com uma luz tão radiante que perdura através das eras. Urcisino de Moura foi uma dessas almas, cuja jornada se entrelaçou com as vidas de tantos, deixando um rastro de inspiração e esperança por onde passou.
O texto a seguir, escrito por Nadir Moura Bonfim, faz um resumo da carreira de um nordestino que nasceu e construiu história no município de Jaguarari, alcançando muita fama em toda região por sua bondade e desejo de servir.
“Ainda que os ensinamentos da área da saúde tenham sido ministrados por Dr. Antônio, Urcisino de Moura tinha uma sabedoria inigualável e luminosa, ele sempre se recriava e florescia como a própria primavera. Era um auxílio incansável a infinitas pessoas cotidianamente.
Bem, antes de escrever sobre Cisino, deveria ser obrigatório se fazer uma roda de conversas com tantas gentes, regada ao café de Avani, sua segunda esposa; em que todos e todas arreariam de seus cavalos e se sentariam em bancos coletivos, de tão grandes.
Rosa, sua primeira esposa, estaria, com certeza, entre esses, porque cavalgava lindamente, gestante ou não! Só um livro seria capaz de compilar as histórias desse filho de Pedro Francisco de Moura e de Livinia Maria de Moura, pai de Vera, de Luiza, de Verbena, de Lúcia Maria, de Maria Lúcia, de Pedro, de Paulo e de José Hamilton.
Onde encontrar amparo na desordem da dor? Nele! Até o medo ganhava uma “feição de esperança”.
Conta-se que D. Cecília, parteira, prestava assistência a Vera, uma de suas filhas. Isso foi em março de 1963, época em que não se marcava horário de chegada nesse mundo. Foi um parto e nascimento domiciliar, em que D. Cecília ofereceu a Vera uma vida e, segundo ela, seu pai lhe salvou da morte por complicações no parto. Ele fez inúmeros, mas incalculáveis partos, mesmo! Como diz Luiza, sua filha: tem muita mulher viva por causa de Cisino. Saiba você que tem filho e mãe que teve eclampsia vivos.
Era um homem lúcido, equilibrado, honesto, afável, alegre, bondoso, paciente, compassivo, destemido, humilde, caridoso, fraterno…! Todas essas qualidades eram visíveis quando cuidava dos necessitados, dos abastados, quando fazia política, como pai, avô, bisavô…!
Sim, ele foi um exemplo de político, sem rupturas éticas… Foi vereador em 1962, época em que não se recebia “um centavo” pela função, foi vice-prefeito e prefeito do município de Jaguarari. Como prefeito, em 1976, obteve 3.299 votos de 5.410 eleitores.
Eu diria que Cisino é um filho de Deus. Há que se ter muita coragem para ser filho da fé. Ele tinha”.