Sintomas como fome frequente e sede constante, além de formigamento nos pés e mãos, vontade de urinar diversas vezes, feridas que demoram para cicatrizar e visão embaçada são os mais comuns em quem tem diabetes tipo 2.
Por Jéssica Amaral – DePropósito Comunicação de Causas
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, atualmente existem mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença no Brasil, o que representa 6,9% da população nacional. Do total, aproximadamente 10% são do tipo 1 e 90% são do tipo 2.
Após o diagnóstico, milhões de brasileiros que convivem com a doença precisam modificar sua rotina, passando a se alimentar a cada três horas para evitar quedas de glicose, reduzindo o consumo de açúcar e sódio, e substituindo o açúcar por adoçante, conforme recomendação nutricional.
Com essas adaptações, pacientes têm conseguido viver de forma saudável e equilibrada, demonstrando que é possível ter qualidade de vida mesmo com o diabetes, seguindo uma rotina rígida para controlar a doença.
Dra. Andressa Miguel Leitão, médica endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), regional Paraná, explica que o diabetes é caracterizado pelo aumento da glicose no sangue, podendo ser classificado principalmente em dois tipos: tipo 1, causado pela ausência absoluta de insulina, e tipo 2, resultante da ineficiência da insulina associada a outros defeitos metabólicos.
“A insulina é um hormônio produzido no pâncreas e é responsável por permitir a entrada da glicose dentro das células do nosso corpo para nos oferecer energia. Na ausência ou ineficiência dela, a glicose se acumula no sangue, não entrando nas células como deveria. Isso gera uma série de complicações agudas e crônicas, trazendo grande perigo ao paciente que não controla seus níveis de glicose com o tratamento”, explica.
Além desses tipos, existem condições específicas como o diabetes gestacional, que ocorre durante a gravidez devido à dificuldade do corpo em produzir ou utilizar insulina eficientemente. Este quadro pode afetar significativamente a saúde tanto da mãe quanto do bebê, destacando a importância de diagnóstico precoce e cuidado intensivo durante a gestação. Por outro lado, o pré-diabetes, uma condição que precede o diabetes tipo 2, revela níveis elevados de glicose que, se não controlados, aumentam o risco futuro de desenvolver diabetes.
A maioria dos pacientes não apresenta sintomas na fase inicial da doença, o que pode atrasar o diagnóstico. “Para apresentar sintomas mais evidentes, a glicose no sangue do paciente deve passar de 180 mg/dl. No entanto, valores iguais ou acima de 126 mg/dl em jejum já indicam o diabetes. Quando sintomáticos, apresentam muita urina, inclusive acordando muito à noite para urinar, muita sede, maior apetite, cansaço e dores no corpo”, complementa a médica endocrinologista.
Como saber se estou com diabetes?
O diagnóstico do diabetes é feito através da história clínica do paciente e de exames laboratoriais. Em pessoas com fatores de risco, é recomendado realizar rastreamento mesmo na fase assintomática. A genética desempenha um papel significativo no risco de desenvolver diabetes, com o tipo 2 tendo uma forte predisposição genética e o tipo 1 sendo geralmente uma condição autoimune não relacionada à história familiar.
O tratamento envolve cuidados contínuos na alimentação, prática regular de exercícios e uso de medicamentos orais e/ou injetáveis. “A vida pode ser considerada normal se esses cuidados forem seguidos de forma contínua, pois tratam-se de doenças crônicas, sem cura, mas que podem ser bem controladas”, diz.
Os principais sintomas do diabetes variam de acordo com o tipo da doença. No diabetes tipo 1, incluem fome frequente, sede constante, vontade de urinar diversas vezes ao dia, perda de peso, fraqueza, fadiga, mudanças de humor, náuseas e vômitos. Já no diabetes tipo 2, os sintomas também incluem fome frequente, sede constante, formigamento nos pés e mãos, vontade de urinar diversas vezes, infecções frequentes na bexiga, rins e pele, feridas que demoram para cicatrizar e visão embaçada.
Prevenção e controle do diabetes
Para aqueles com histórico familiar de diabetes, a prevenção e o controle são fundamentais. Manter o peso ideal, evitar o tabagismo, controlar a pressão arterial, evitar medicamentos que possam prejudicar o pâncreas e permanecer fisicamente ativo são as principais recomendações que ajudam a reduzir o risco de desenvolver a doença e a controlar seus efeitos. “O diabetes tipo 2 está fortemente associado à obesidade e ao sedentarismo, portanto, o estilo de vida é um fator muito importante no seu desenvolvimento”, comenta Dra. Andressa.
Para pacientes já diagnosticados com diabetes, é importante manter uma alimentação saudável, sem açúcar e com restrição de carboidratos. Além disso, utilizar os medicamentos prescritos de forma regular, praticar atividades físicas, monitorar os níveis de glicose no sangue e verificar diariamente os pés para identificar lesões precoces e consultar o médico regularmente são cuidados primordiais.