Dia Mundial da Obesidade: campanha pede um outro jeito de olhar

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Obesidade é uma doença perigosa. A conscientização da população sobre os riscos e como tratar é urgente.

Por Estado de Minas

Foto: Pexels/Andres Ayrton

Na campanha de 2023 para o Dia Mundial da Obesidade, comemorado neste sábado (04), a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) querem conscientizar a sociedade para ‘um outro jeito de olhar’. É essencial mudar a perspectiva para a doença, entendendo que a obesidade precisa ser olhada com mais empatia. Não basta o portador de obesidade ser convidado a fazer dietas e exercícios, porque na maioria das vezes ele vai precisar do apoio de profissionais.

A conscientização da população sobre os riscos e como tratar é urgente. Dados da última pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, divulgada ano passado, mostram que os números relacionados à obesidade e ao sobrepeso não param de crescer no país. Quase seis em cada 10 brasileiros estavam com sobrepeso em 2021, um aumento de cerca de 2% em relação a 2019. Já o índice de obesidade ficou em 22,35% em 2021, também superior aos anos anteriores e o dobro do registrado há 15 anos. A maioria das pessoas acima do peso é do sexo masculino, mas as mulheres lideram entre os que já são considerados obesos.

É essencial mudar a perspectiva para a doença, entendendo que a obesidade precisa ser olhada com mais empatia. Quase seis em cada 10 brasileiros estavam com sobrepeso em 2021. É considerada um problema de saúde pública no mundo, em todas as faixas etárias

Dados da última pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, divulgada em 2022

Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença crônica, a obesidade também é considerada um dos principais problemas de saúde pública atualmente no mundo, em todas as faixas etárias. Isso porque a doença tem potencial de causar e agravar diversas outras como diabetes, inflamações no fígado, hipertensão arterial, problemas respiratórios, além de aumentar o risco de infarto, AVC e de alguns tipos de câncer.

Preconceito e estigma

“Ainda existe muito preconceito e estigma em relação à obesidade e esse paciente precisa justamente do oposto, que é apoio e compreensão, seja de médicos, da família, do seu ciclo social e da sociedade em geral. Por isso, é fundamental abordarmos a obesidade como o que ela é: uma doença que precisa ser tratada com acompanhamento profissional”, lembra o cirurgião bariátrico Cid Pitombo. A qualidade de vida do indivíduo é um fator relevante para o aumento de peso, por isso é considerado um tratamento complexo e requer o envolvimento de várias especialidades.

A obesidade não deve ser considerada apenas pelo “acúmulo excessivo de gordura” no corpo. É preciso um olhar mais amplo e considerando diferentes fatores que levam ao desenvolvimento da doença, além do perfil genético do indivíduo, como sociais e ambientais, o sedentarismo, alimentos ultraprocessados, consumo excessivo de calorias, distúrbios endócrinos, entre outros.

O diagnóstico eficiente é o primeiro passo para iniciar o atendimento do paciente, com sobrepeso e obesidade. Para isso é preciso contar com profissionais de saúde que estejam preparados para o atendimento, capacitados e sensibilizados para essa temática, compreendendo que o excesso de peso é uma doença, com riscos de morbidade e mortalidade.

Cada doente deve ser cuidado de maneira individual, mas com abordagem multidisciplinar. Na classificação de risco, seguindo o Índice de Massa Corporal (IMC), deve-se considerar as fases do curso da vida (crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes), faixa etária e o acompanhamento do paciente, seja na saúde pública ou privada. É importante considerar a infraestrutura no acolhimento e no atendimento dos pacientes nos estabelecimentos de saúde.

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