DIA DE SANTO ANTONIO – Saiba como a festa era comemorada em Bonfim antigamente

santo_antonioHoje é 13 de junho, dia da primeira das festas populares do período junino – a festa de Santo Antônio, o santo padroeiro de localidades como os distritos de Igara e Quicé, e do povoado de Barroca do Faleiro aqui no município de Senhor do Bonfim, e de algumas outras cidades e localidades da microrregião.

A poucos quilômetros de Senhor do Bonfim, por exemplo, a vizinha cidade de Campo Formoso tem em Santo Antônio o seu padroeiro.

Na Europa, Santo Antônio é o padroeiro da cidade de Lisboa, Portugal, onde nasceu em 15 de agosto de 1195 e foi batizado com o nome de Fernando Martins de Bulhões, que mais tarde como frade franciscano trocaria para Antônio.

Santo Antônio teve uma educação refinada, com influências de filósofos clássicos como Aristóteles e Cícero. Por conta disso, foi considerado doutor da igreja. Viveu numa época em que os povos anglos, francos e germanos lutavam nas cruzadas combatendo os turcos muçulmanos no Oriente.

Muitos milagres são atribuídos a Santo Antônio. Um deles foi a aparição do menino Jesus, o que se tornou a sua iconografia. Outro milagre aconteceu durante uma pregação, onde se encontravam pessoas de várias nações, e sua fala foi entendida por todos na língua materna de cada um.

SANTO ANTONIO JÁ FOI MUITO FESTEJADO EM BONFIM

Em Senhor do Bonfim, até meados dos anos 1960, Santo Antônio era comemorado com muitas atividades, além das tradicionais trezenas.

Na madrugada do dia da festa, 13 de junho, a exemplo do que ocorria no São João e no São Pedro, a cidade era acordada pelas alvoradas festivas, com o povo nas ruas cantando e dançando ao som de uma bandinha de sopro e percussão.

Durante todo o dia, a animação nas ruas era feita pelos grupos de Calumbis. À noite, havia queima de fogos e fogueira de ramos em ruas de diversos bairros da cidade.

Um profundo conhecedor das festas juninas de Senhor do Bonfim, o poeta e escritor Hélio Freitas, conta que os grupos de Calumbis foram introduzidos nos festejos juninos locais pelo bonfinense conhecido como Antônio Preto, um antigo morador da Praça Dr. Luiz Viana, antigo Campo do Gado.

Todo ano, no dia 12 de junho (véspera da festa), Antônio Preto, por conta própria hospedava os integrantes do grupo, e à frente de seus componentes, na madrugada de 12 para 13, dia da festa, saía ao encontro da Alvorada Festiva.

Era aquela zoeira pelas ruas da cidade, com a multidão cantando ‘acorda gente, acorda povo/ acorda todo mundo que o dia de Antônio é hoje’.

Cedo da manhã, todos ainda meio cansados rumavam para uma roça na localidade conhecida como Cacheiro, em terras onde hoje fica a Fazenda Suíça, em busca do ramo da fogueira e de caules de cana verde para enfeite.

Na volta, lá se vinha ele o hospedeiro Antônio Preto, como sempre no comando do grupo, alegre e feliz, trazendo uma enorme cana numa das mãos, como se fosse um cajado.

O poeta e escritor Hélio Freitas viu muitas vezes e se encantou com a visão daquele homem corpulento e altaneiro à frente do cortejo como um rei desgarrado de seus súditos, trazendo na mão um cajado de cana como um bastão real, como o seu cetro.

Atualmente, na sede do município, apenas as trezenas realizadas em alguns locais da cidade lembram a passagem da festa do maior padroeiro do Brasil. Duas são bastantes concorridas, que são as da Avenida Salvador e adjacências (que tem no comando a professora Lucília) e a da Rua Barão de Cotegipe (na casa da família de D. Guilhermina Bamberg).

*BLOG DO ELOILTON CAJUHY – Com informações do Compositor e Pesquisador Luiz Moreira

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