Canção é sobre a seca que seria capaz de fazer migrar até a ave típica da região, a Asa Branca

No dia 3 de março de 1947, no estúdio da RCA, foi gravado um choro regional, também conhecido como baião. A música, composta por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, fala da seca no Nordeste e da busca por um futuro melhor em outro local.
A forte estiagem seria capaz de fazer migrar uma ave típica da região, espécie de pombo chamado Asa Branca. Há mais de quinhentas interpretações diferentes da canção no mundo. A versão mais conhecida é a cantada por Luiz Gonzaga.
Humberto Teixeira que estava no estúdio na noite da gravação, relembrou aquela sessão histórica, anos mais tarde, em Fortaleza, ao pesquisador Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez:
“No dia em que gravamos, com o conjunto de Canhoto, ele disse assim: ‘Mas puxa, vocês depois de um negócio desses, de sucessos, vêm cantar moda de igreja. Que troço horrível!’ Aí então, eles com um pires na mão, saíam pedindo, brincando, uma esmola pro Luiz e pra mim, dentro do estúdio. Mal sabiam eles que nós estávamos gravando ali uma das páginas mais maravilhosas da música brasileira”. (Humberto Teixeira).
*Rádio Câmara e Eternas Músicas