Cultura baiana em festa: Hoje é o centenário de Mestrinho

Por Minha Cidade – Senhor do Bonfim

José do Patrocínio Carritilha, o Mestrinho, é natural de Curaçá, músico, tecladista, sanfoneiro, autodidata, compositor e professor de música. Dedicou toda a sua vida à música e à cultura bonfinense e por onde passaram artistas brasileiros de âmbito nacional e internacional.

Casou-se com Rosalva Pereira Carritilha, com quem teve oito filhos, vinte e um netos e quatorze bisnetos; exerceu também a profissão de sapateiro e vendedor de calçados; o comércio de sapatos, de produção artesanal, era feito em barracas na feira livre de Senhor do Bonfim e na cidade de Pindobaçu.

Foi no quintal da casa, chamado Tenda ou Sede, que dá acesso à Rua dos Expedicionários, que surgiram e despertaram muitos artistas bonfinenses; o espaço era utilizado por Mestrinho, inicialmente, para fabricação de calçados, bolas de couro e, posteriormente, para os ensaios e fabricação de instrumentos musicais, caixas de som, baixo e outros instrumentos.

Os ensaios aconteciam à porta aberta, ocasiões em que crianças e jovens tinham oportunidade de conhecer mais um ofício e/ou hobbie, por meio da música. Dos ensaios surgiram as bandas Flor de Maçã e depois Os Nômades, bem como, onde formou o trio com sanfona, zabumba e triângulo que se apresentava no São João.

Com Os Nômades fez apresentações em cidades circunvizinhas e em outros estados, viajando com uma Kombi e uma Veraneio, levando outros músicos, os instrumentos, caixa de som e equipamentos; propagando a música (sobretudo o forró e a seresta), a cultura e costumes bonfinenses para outros lugares. Os Nômades ganhou maior notoriedade, na época, ficando bem conhecida em Senhor do Bonfim na década de 60. Durante os anos, teve diferentes componentes, a maior parte da cidade de Senhor do Bonfim, mas vinham também de Juazeiro, Jacobina e Feira de Santana.

Adaptação do texto de Jacqueline Aleixo

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