O mês de outubro apresentou uma peculiaridade para os artistas ligados às Artes Cênicas em Senhor do Bonfim. Trata-se da visita do pernambucano Sebastião Simão Filho. O artista realizou uma oficina de confecção e manipulação de bonecos, além de apresentar dois espetáculos com a mesma linguagem, um infantil, FABULÁRIO, e uma tragédia, MISTÉRIO DAS FIGURAS DE BARRO, para o público adulto.
Para a produtora cultural, Yara Perez, responsável pela vinda do artista a Senhor do Bonfim, o intercâmbio significa novas oportunidades formativas e estímulo à criação e desenvolvimento da cena teatral no município. Sebastião afirma que o resultado da oficina revelou grande potencial para o teatro de animação em Senhor do Bonfim e diz que os artistas bonfinenses mostram grandes possibilidades para novos espetáculos, caso queiram se dedicar ao teatro de bonecos. O artista deseja retornar ao município com outras obras de seu repertório.
O evento demostrou mais uma vez o quanto o público bonfinense preza pelas artes cênicas, apreciando todas as linguagens apresentadas. Para os artistas dos grupos que receberam o encenador, a presença de Sebastião revigora o espírito lúdico impulsionando o desejo de ampliar a cena na cidade.
O Grupo CITEAR avalia que o espetáculo, FABULÁRIO, apresentado nos dias 22 e 23 de outubro, foi muito importante para a comunidade do bairro da Gamboa que teve o privilégio de assistir a uma peça com grande participação das crianças, envolvendo-se e contracenando com os bonecos, o que demostrou ainda mais as habilidades dos atores/manipuladores, que sabiamente souberam envolver as crianças na trama.
MISTÉRIO DAS FIGURAS DE BARRO, monólogo com atuação de Sebastião Simão Filho, foi apresentado no Cineteatro Reginaldo Carvalho com o apoio do GRUPANO (Grupo de
Pesquisa e Extensão em Artes Cênicas do Semiárido Brasileiro) e da Cia. Omim Odara. Ambos avaliam o evento como importante momento para o avanço das Artes Cênicas em Senhor do Bonfim. A peça do escritor pernambucano Osmar Lins, foi apreciada com deleite pelo público bonfinense.
Em tempos de desespero e desengano, a arte provoca reflexões acerca das possibilidades de lutar por dias melhores com dignidade, porém sem perder a ludicidade. Que os caminhos para a boniteza não se renda as incertezas da falsa realidade.
*Por Benedito Oliveira