*Patric Everton da S. Nascimento

Há poucos dias, deparei-me, no centro de Senhor do Bonfim, com um animalzinho debilitado, aparentemente idoso, puxando uma carroça bastante pesada.
Além da carga, carregava sobre os lombos caídos o peso de seu dono.
Uma crueldade!
Era uma ladeira, e o bichinho descia cambaleante pelo asfalto. Parecia que não suportaria o peso e a declividade da ladeira, mas seguia impulsionando a carroça.
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A título de conhecimento dos leitores, o asfalto e o calçamento causam desgastes e lesões nos cascos desses animais, como rachaduras e laminite (doença dolorosa que inflama os cascos), por serem terrenos duros e abrasivos.
Vendo aquela cena, solidarizei-me com o pobre animal e pensei: por que somos indiferentes ao sofrimento e à dor desses seres vivos? Por que convivemos com essa forma de tortura travestida de meio de transporte?
Assistir a cenas como essas e permanecer inerte é uma forma de autorização implícita, pois a omissão é também um ato de consentimento.
Todavia, não podemos e nem devemos naturalizar e normalizar quaisquer formas de maus-tratos aos animais, mesmo daqueles com finalidade alimentar (abate).
Primeiro, porque somos dotados de consciência e ética para respeitar o direito do outro, inclusive dos animais. Segundo, porque é crime!
Assim diz o Art. 32, da Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (LEI DE CRIMES AMBIENTAIS):
Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Casos como esses são flagrados cotidianamente nas ruas de Bonfim sem qualquer ação do poder público.
É imprescindível que a prefeitura identifique esses animais e seus responsáveis, a fim de buscar uma solução definitiva para essa conduta humana que gera dor e sofrimento descomunal nesses animais.
Para tanto, a comunidade precisa estar atenta e dar visibilidade pública a toda forma de maus-tratos aos animais, exigindo dos poderes constituídos medidas que coíbam práticas, como a desta história, de continuar a ocorrer em nosso município.
**Patric Everton da S. Nascimento – Servidor público/IF BAIANO