Crime ambiental em Maceió: Entenda a situação dos bairros afetados pela mineração da Braskem

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Por Mirielle Cajuhy

Imagem: Reprodução/Internet

Há 6 anos, a população de Maceió, capital alagoana, enfrenta uma situação devastadora. O afundamento do solo, causado pela mineração excessiva da empresa Braskem, causou uma gigantesca tragédia socioambiental. O que inicialmente parecia uma ameaça distante, com o passar do tempo se tornou uma realidade assustadora para os moradores de cinco bairros: Mutange, Bom Parto, Bebedouro, Pinheiro e Farol. As fissuras no solo são visíveis, e a situação se agrava a cada dia.

Mais de 14 mil imóveis foram evacuados, afetando diretamente cerca de 60 mil pessoas. O primeiro tremor de terra, em 2018, foi um sinal alarmante do desastre iminente. Desde então, as rachaduras nas ruas e nos imóveis aumentaram, causando a retirada de famílias inteiras das suas casas. Muitos estão sem saber para onde ir, enquanto alguns, que aceitaram a proposta da empresa, recebem indenizações e um aluguel social. Entretanto, ainda há uma parcela considerável de moradores e comércios que não foram indenizados, gerando um impasse contínuo e desgastante.

Fernando Lima, líder comunitário do Bairro Bom Parto, expressa o sentimento de desamparo. “Já vivemos de forma sub-humana por sermos periferia e hoje vivemos assim, nesse cenário de catástrofe. O poder público foi culpado e omisso”, declarou Fernando para o documentário “A Braskem passou por aqui”, de Carlos Pronzato.

A extração desenfreada e sem as devidas medidas socioambientais foi a causa principal. Segundo Neirivane Ferreira, integrante do Movimento Unificado de Vítimas da Braskem, “a empresa extraiu todas as nossas riquezas. O resultado é esse de hoje, lucros privados e danos coletivos”. Cícero Péricles, professor de Economia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), destaca que “a extração foi feita sem nenhum acompanhamento técnico, nem social”.

Mapa mostra as 35 minas da Braskem na região; nº 18 está em risco de colapso – Arte/Metrópoles

Recentemente, a Defesa Civil e especialistas constataram que a mina 18 está em afundamento acelerado. A partir disso, os órgãos passaram a monitorar a região com mais cautela, contando também com imagens aéreas que evidenciam o agravamento das fissuras e o risco de colapso. Diante desse cenário, há duas possibilidades de acordo com as autoridades:

1) O solo continuará cedendo lentamente até formar uma espécie de “bacia” e estabilizar;
2) Ou haverá uma ruptura abrupta, causando uma cratera do mesmo diâmetro do Maracanã.

Imagens aéreas da Defesa Civil mostram o avanço do afundamento na Lagoa Mundaú, em Maceió – Reprodução/Fantástico

O sofrimento das vítimas e a degradação ambiental são alarmantes. Os moradores das áreas afetadas alegam que não participaram das discussões que decidiram os valores da indenização. Portanto, desde 2019, há uma grande falta de consenso entre vítimas, Ministério Público e Braskem. Geraldo Vasconcelos, morador integrante do Movimento SOS Pinheiro, enfatiza que “diferentemente de outras tragédias que vemos por aí, essa é uma que se arrasta lentamente. Não houve o colapso ainda, mas está tudo em processo”.

De acordo com reportagens divulgadas recentemente, as pessoas que ainda se encontram nas áreas de risco, então sendo retiradas com apoio de força policial. Desde os últimos acontecimentos, a mineradora declara que está realizando o fechamento definitivo dos poços de sal, segundo o plano apresentado às autoridades, com o aval da Agência Nacional de Mineração (ANM).

As informações do plano mostram 70% de avanço nessas medidas e a conclusão das ações está prevista para 2025.

MACEIÓ AFUNDA (Greg News): https://www.youtube.com/watch?v=i_KY7cVX6KY&pp=ygUQZ3JlZyBuZXdzIG1hY2Vpbw%3D%3D

A BRASKEM PASSOU POR AQUI (Carlos Pronzato):
https://www.youtube.com/watch?v=zBOJbOGcBwo&t=1195s&pp=ygUZYSBicmFza2VtIHBhc3NvdSBwb3IgYXF1aQ%3D%3D

A TRAGÉDIA DOS FLEXAIS (Carlos Pronzato): https://www.youtube.com/watch?v=n6HH1-XTl50&t=574s&pp=ygUZYSBicmFza2VtIHBhc3NvdSBwb3IgYXF1aQ%3D%3D

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