Campeão da Copa do Brasil tem dívida de R$ 2,7 bilhões; procurada, agremiação não se manifesta
Por Géssica Brandino, Iran Alves e Lucas Bombana/Folha de S.Paulo
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Embora o Corinthians tenha garantido uma polpuda premiação em torno de R$ 98 milhões pela campanha vitoriosa rumo ao quarto título da Copa do Brasil, a maior parcela do valor será consumida por dívidas. A Folha localizou mais de R$ 57 milhões em 36 protestos contra o time feitos em cartórios do país até a primeira quinzena de dezembro.
A situação financeira da agremiação é muito ruim. De acordo com balanços apresentados pelos times brasileiros neste ano, o Corinthians está no topo da lista de clubes mais endividados do país, com uma dívida de cerca de R$ 2,7 bilhões. Procurado, o time não se manifestou até a publicação deste texto.
O principal credor nos cartórios é a Fazenda Nacional, que concentra 99% do montante contestado. No dia 23 de setembro, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional registrou uma certidão de dívida ativa contra o Corinthians no valor de R$ 39 milhões referentes a uma dívida com a União.

No dia 21 de novembro, a Fazenda fez outros dez protestos em diferentes cartórios, totalizando outros R$ 17 milhões, por falta de retenção de diferentes tributos que deveriam ser repassados à Receita Federal e de outras contribuições federais obrigatórias.
Na sequência aparece uma empresa de coleta de lixo, à qual o Corinthians deve R$ 35 mil. Os 12 protestos foram feitos nos meses de junho e julho. O terceiro credor é uma empresa de medicina diagnóstica, com um protesto apresentado em julho no valor de R$ 13 mil.
Entre outros credores estão empresas de comunicação, embalagens e bancos. O protesto de menor valor, R$ 145, foi apresentado no dia 21 de junho pelo Governo de São Paulo, por uma taxa judiciária não paga.
“Quando você pensa que o clube tem que decidir o que ele vai pagar e o que não vai pagar, ele decide pagar o salário do jogador, mas não o fornecedor. E o fornecedor é quem garante a operação do clube no dia a dia. Isso é típico de clubes que vão ser estrangulados financeiramente em um dado momento, com penhora de receita, bloqueio de contas”, afirma Amir Somoggi, diretor da consultoria Sports Value.












