Por João Valença*
O ambiente de trabalho pode ser desafiador, e a relação com o chefe, muitas vezes, é motivo de incertezas sobre o que é aceitável. Reconhecer um comportamento abusivo é essencial para garantir um local de trabalho saudável e proteger seus direitos. No Brasil, a legislação trabalhista oferece diretrizes claras para identificar e combater abusos no ambiente profissional.
Chefes abusivos prejudicam tanto o desempenho quanto a saúde mental de seus subordinados. É um chefe que humilha e desrespeita seus funcionários frequentemente faz críticas públicas, usa sarcasmo ou ridiculariza o trabalho diante dos colegas, criando um ambiente hostil e comprometendo a autoestima dos colaboradores.
Além disso, o uso de ameaças e intimidações, como advertências infundadas ou ameaças de demissão, gera um ambiente de medo e ansiedade, que afeta diretamente o bem-estar do trabalhador.
Outra prática comum de chefes abusivos é a negação de direitos trabalhistas, como o não fornecimento de pausas adequadas, a negação de férias ou outros benefícios previstos em lei, além da recusa em proporcionar oportunidades de crescimento dentro da empresa.
Em muitos casos, o abuso se manifesta também pela sobrecarga de trabalho, impondo tarefas excessivas e prazos irreais sem fornecer os recursos necessários para a execução dessas atividades. Isso leva ao estresse e à exaustão dos funcionários, comprometendo sua saúde física e mental.
Um chefe abusivo raramente reconhece o bom desempenho dos colaboradores, oferecendo pouco ou nenhum feedback construtivo. Além disso, ambientes de trabalho abusivos também são caracterizados por alta rotatividade de funcionários.
Manter um registro detalhado dos incidentes abusivos é fundamental para futuras ações, seja para relatar a situação aos recursos humanos da empresa ou para possíveis medidas legais. Além disso, buscar suporte entre colegas que possam ter vivenciado situações semelhantes pode ajudar a enfrentar o problema de forma mais eficaz.
Se a situação persistir, é importante considerar relatar o abuso por meio dos canais adequados da empresa, que muitas vezes possui políticas contra assédio e abuso no ambiente de trabalho.
Caso essas medidas internas não resultem em mudanças, o trabalhador deve considerar a possibilidade de buscar orientação jurídica. As leis trabalhistas brasileiras oferecem proteção contra abuso e assédio no ambiente de trabalho.
Todo trabalhador tem o direito de recorrer à Justiça para garantir a reparação dos danos sofridos e a preservação de um ambiente de trabalho saudável e respeitoso. Identificar e lidar com um chefe abusivo é um passo crucial para proteger sua saúde mental, seu bem-estar e sua carreira profissional.
*João Valença é advogado e cofundador do VLV Advogados, referência nacional em Direito Trabalhista