Comissão Arns e Conectas Direitos Humanos lançam nota de repúdio ao ataque criminoso contra os Pataxós, no sul da Bahia

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Comitiva do Ministério dos Povos Indígenas visitou as vítimas hospitalizadas após ataque por disputa de terras na Bahia — Foto: Leo Otero/MPI

A Comissão Arns e a Conectas Direitos Humanos vêm manifestar seu repúdio aos trágicos acontecimentos ocorridos no domingo (21), na cidade de Potiraguá, sul da Bahia, quando indígenas da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe foram violentamente atacados por fazendeiros e pistoleiros da região.

Como é de conhecimento, o ataque foi articulado em um grupo de mensagens pela internet, numa operação que os agressores batizam de “Invasão Zero”, com a finalidade de expulsar, pelo uso da força e ao arrepio da lei, os indígenas que lá se encontravam. O ataque resultou na morte da líder indígena Maria de Fátima Muniz, mais conhecida como Nega Pataxó, irmã do cacique Nailton Pataxó, ferido com gravidade. Há notícias de outros indígenas agredidos e mesmo desaparecidos.

Diante destes fatos, a Comissão Arns e a Conectas Direitos Humanos também se dirigem publicamente ao Exmº Sr. Governador do estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues, pedindo completa e rápida apuração do caso, ainda mais em se tratando de um ataque anunciado. Também cumpre pedir ao Exmº Governador que apure a conduta da Polícia Militar do seu estado, cujo efetivo, presente no local, foi incapaz de conter o conflito e evitar os seus desdobramentos.

Não haverá paz no campo sem Justiça. Aguardamos uma investigação rigorosa, cobrando os esclarecimentos devidos à sociedade brasileira. E, ao povo Pataxó Há-Há-Hãe, prestamos a nossa solidariedade, neste momento doloroso.

Comissão Arns e Conectas Direitos Humanos
São Paulo, 22 de janeiro de 2024

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