Cantora fez um discurso para o público e falou sobre fé, relações, gratidão à equipe, além de desejos para 2026. Apresentação aconteceu na noite de domingo (28), na Arena O Canto da Cidade, na Boca do Rio
Por g1 BA
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A cantora Claudia Leitte se apresentou no Festival Virada Salvador, na noite de domingo (28) e aproveitou o momento para refletir sobre felicidade, fé, relações humanas e a chegada de um novo ano. O show aconteceu na Arena O Canto da Cidade, na Boca do Rio.
Em um discurso, a cantora disse que ninguém constrói nada sozinho e fez um alerta sobre as ilusões criadas pelas redes sociais.
“Nessa vida, a gente não faz nada sozinho. Nada. Ledo engano você se deixar conduzir pelo que você vê no Instagram, pelas capas de revista. […] Felicidade sempre ‘tá’ na relação da gente com alguém, nunca está somente com a gente. Felicidade a gente só consegue enxergar com os olhos do coração, só com fé”, disse.
A artista também agradeceu à equipe que a acompanha há muitos anos e que, segundo ela, se tornou uma família. Além disso, ressaltou a importância de valorizar o presente e as pessoas ao redor.
“A vida da gente é sobre encontrar gente. Amanhã a gente não sabe nem se vai existir, tudo o que a gente tem está aqui agora nesse momento”, declarou.
Ao encerrar o discurso, a cantora deixou uma mensagem para 2026, desejando sentimentos positivos para si e para os fãs.
“Quando for ruim, faça que nem eu, diga assim ‘lá ele’ e caminhe porque a vida vai se encarregar de fazer o que tem que fazer, você só precisa amar. […] Eu desejo muito amor a 2026, desejo que vocês sejam felizes, que vocês amem. Eu declaro que hoje, aqui, agora, a gente vai ter paz, saúde, alegria, amor e o resto que se lasque”, finalizou a artista.
Processo por intolerância religiosa
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) entrou com uma ação civil pública contra a cantora Claudia Leitte e pediu a condenação da artista ao pagamento de R$ 2 milhões por dano moral coletivo, sob a acusação de discriminação religiosa.
Conforme documento obtido pelo g1, a ação é resultado de um inquérito civil instaurado para apurar a alteração da letra da música “Caranguejo”. Segundo o órgão, Claudia Leitte teria substituído o verso que faz referência à orixá Iemanjá por uma menção a Yeshua, nome em hebraico associado a Jesus Cristo.
O caso chegou ao Ministério Público após representação formal feita por lideranças religiosas de matriz africana e por entidades de defesa da liberdade religiosa, que apontaram a mudança como um ato de intolerância e desrespeito ao patrimônio cultural afro-brasileiro.
Para o MP, a alteração descontextualiza a obra original e promove o apagamento simbólico de referências religiosas historicamente marginalizadas.
Na ação, protocolada no dia 2 de dezembro, o órgão sustenta que, embora a cantora tenha o direito de professar sua fé, a modificação reiterada de uma obra associada à cultura afro-baiana extrapola a liberdade artística e configura discriminação religiosa, sobretudo por se tratar de uma artista de grande visibilidade nacional.
O Ministério Público também destaca que a conduta teria continuado mesmo após a ampla repercussão negativa e a abertura do procedimento investigatório.
Durante o inquérito civil, o MP-BA promoveu uma audiência pública com a participação de lideranças religiosas, juristas, especialistas e representantes da sociedade civil, que relataram impactos simbólicos da supressão de referências às religiões de matriz africana em manifestações culturais populares.
O órgão afirmou que os depoimentos reforçaram o caráter coletivo do dano e a necessidade de uma resposta institucional.
Além da indenização de R$ 2 milhões, o Ministério Público pede que a Justiça reconheça a prática de dano moral coletivo e determine medidas para coibir novas condutas consideradas discriminatórias.
O g1 entrou em contato com a assessoria de comunicação de Claudia Leitte, mas não obteve retorno.












