Catarata, glaucoma e degeneração macular aumentam risco de quedas e fraturas, aponta estudo

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Pacientes nestas condições apresentaram risco de 25% a 38% maior de sofrer quedas e fraturas quando comparados a pessoas sem essas doenças oftalmológicas.

Por Leda Sangiorgio

Catarata, glaucoma e degeneração macular aumentam risco de quedas e fraturas, aponta estudo – Foto: Reprodução

A catarata, o glaucoma e a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) são as principais causas de cegueira em todo o mundo. Para além disso, um estudo recente, publicado no JAMA Ophthalmology, apontou que essas doenças oftalmológicas aumentam, de forma significativa, o risco de quedas e fraturas, especialmente acima dos 65 anos. O estudo comparou pacientes com essas doenças oculares com pessoas com visão saudável.

Os dados apontaram que 30% dos pacientes com catarata sofreram quedas durante o período do estudo, em comparação com 14% do grupo de pessoas com visão saudável (grupo controle).

Já no grupo dos pacientes com glaucoma, os números foram de 25% e 13% e nos pacientes com DMRI, a taxa foi de 37% e 20%. A ocorrência de fraturas também foi maior no grupo dos pacientes com essas doenças oftalmológicas.

Segundo Drª Maria Beatriz Guerios, oftalmologista geral e especialista em glaucoma, o estudo é importante em vários sentidos. “Creio que um dos principais recados da pesquisa é sobre a necessidade de aumentar a conscientização dos pacientes, para que adotem cuidados para prevenir quedas e acidentes. Isso é particularmente importante para pacientes idosos, já que quedas e fraturas são umas das principais causas de incapacidade permanente e óbito nessa população”.

“Infelizmente, a perda visual aumenta a morbidade e a mortalidade. Além da incapacidade física, os problemas na visão podem afetar a cognição, levar ao desenvolvimento de transtornos mentais, interferir nas atividades da vida diária e culminar na perda da independência, o que é muito prejudicial para os idosos”, comenta a oftalmologista.

“O risco de quedas e fraturas na terceira idade está associado a outros fatores, como perda da massa muscular, osteoporose. Mas, mesmo perdas leves no campo visual, podem afetar a postura, o equilíbrio e a marcha. Quando somamos os fatores de risco, percebemos a importância de cuidar a visão”, adiciona Drª Maria Beatriz.

A catarata senil é altamente prevalente na população acima dos 60 anos. Felizmente, é uma condição tratável, por meio da remoção do cristalino opaco por uma lente intraocular, chamada cirurgia de catarata.

Em contrapartida, o glaucoma e a DMRI, nos estágios iniciais, não acarretam sinais e sintomas. A perda da visão é gradual nas duas condições. O glaucoma afeta a visão periférica (lateral) e a DMRI a visão central. Embora não haja cura para o glaucoma e nem para a DMRI, o tratamento, quando iniciado de forma precoce, pode impedir a progressão da perda visual.

“A catarata, o glaucoma e a DMRI são doenças cuja prevalência é maior na população acima dos 40 anos. Dessa forma, a recomendação é realizar consultas oftalmológicas de rotina a partir da quarta década de vida”, finaliza Dra. Maria Beatriz.

  • Manter os ambientes em casa sempre bem iluminados, inclusive no quarto durante à noite (invista em luzes com sensor de presença)
  • Remover tapetes e outros obstáculos que possam causar tropeços (móveis, objetos espalhados pelo chão etc.)
  • Optar por calçados com solado antiderrapante, inclusive para ficar dentro de casa
  • Instalar barras de apoio no banheiro
  • Usar bengalas ou andadores, se necessário
  • Manter os óculos atualizados (verificar se houve mudança de grau)
  • Avaliar o uso de medicamentos que possam causar tontura ou afetar ainda mais a visão
  • Tomar cuidado ao caminhar em ruas com pisos muito irregulares, com buracos e saliências
  • Usar o corrimão para subir ou descer escadas.

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