Por Bonfim Agora
O caso dos oito bonfinenses eletrocutados no último dia 20 de junho, e que resultou na morte de dois jovens, mostra a necessidade de uma forte apuração não apenas por parte do Ministério Público do Trabalho, mas também do Ministério Público Estadual (MP-BA). A prestadora terceirizada da Prefeitura de Senhor do Bonfim atuava sem qualquer segurança aos seus funcionários, numa mostra de serviço sem qualquer qualificação. O mais grave, implantava iluminação na avenida Antônio Laurindo, sem a devida fiscalização e atenção por parte do governo municipal.
Cabe também à Câmara Municipal de Senhor do Bonfim a apuração dos fatos, já que a casa legislativa deve fiscalizar o Executivo e os seus serviços. Ficam várias perguntas: porque a prefeitura contratou uma empresa que mostra total desqualificação para o serviço; quem são os proprietários da empresa, que não prestam qualquer esclarecimento à sociedade bonfinense? A empresa implantava poste sem utilização de máquinas apropriadas, e o pior, usava a mão de obra que não era especializada e sem uso de equipamentos de proteção (EPIs).
O descaso levou a vida de Tarcísio Domingos de Souza, de apenas 19 anos, e Marcus Vinicius da Silva Leal, 22 anos.
O pai de uma das vítimas, em entrevista à Rádio Caraíba, denunciou que a empresa nunca prestou qualquer assistência à família, desde o acidente. “Uma empresa que sequer perguntaram se a gente estava precisando de uma Cibalena. Nunca deu farda, não assinava carteira, pagava R$ 50 por dia. Como era época de São João, para fazer maquiagem na cidade, colocaram os rapazes para trabalhar na chuva e em uma área que não era deles. Era um trabalho que devia ser feito por eletricistas”, afirmou.
“Não deram sequer um minuto de silêncio no São João pelas vítimas que tiveram. É uma falta de vergonha. Foi um jovem que morreu. Poderiam ter morrido todos que eles iam continuar o São João”, desabafou o pai de Marcus Leal.