A Paraíba tem uma missão em 2026: não reeleger Hugo Motta

Blog do Eloilton Cajuhy – BEC

Reprodução / Facebook

Por mais que Brasília esteja acostumada a cenas improváveis, a do presidente da Câmara, Hugo Motta, rompendo com os líderes do PT e do PL, conseguiu arrancar gargalhadas conjuntas de petistas e bolsonaristas. Não é pouca coisa. Em tempos de polarização, unir os dois polos virou façanha rara. Mas Motta conseguiu — pelo motivo errado.

Deu na Veja que, nos corredores do Congresso, a avaliação é praticamente unânime: o paraibano que ocupa a cadeira mais poderosa da Casa parece menor do que o cargo exige. E não por acaso. A decisão de romper com Lindbergh Farias e Sóstenes Cavalcante foi interpretada como um gesto de quem ainda não compreendeu a liturgia do posto. É como se um síndico recém-eleito resolvesse fechar o grupo de WhatsApp do condomínio porque discordou do barulho na área comum.

“Como é que um presidente da Câmara rompe com lideranças partidárias? Ele precisa exatamente delas pra tocar a Casa”, ironizou uma deputada do PL, repetindo o que muitos dizem sem gravar.

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Do lado do PT, o diagnóstico é parecido: faltou maturidade, sobrou ímpeto. A leitura é que Hugo Motta tenta mostrar força — e entrega fraqueza. Rompeu porque não sabe articular, se isolou porque não sabe costurar, e se expôs porque não sabe medir a temperatura do próprio plenário.

É o famoso caso do político nanico sentado numa cadeira gigante. A cadeira é grande demais? Ou o ocupante é pequeno demais? Em Brasília, ninguém tem dúvida sobre a resposta.

E aqui entra a responsabilidade da Paraíba — não como provocação, mas como alerta cívico: em 2026, o estado tem uma obrigação simples, quase pedagógica, com o resto do país. Não reconduzir Hugo Motta ao Congresso. Não por divergência ideológica, mas por absoluta falta de estatura institucional.

Um presidente da Câmara não pode se comportar como vereador de interior em crise com a própria base. A cadeira exige grandeza. O ocupante, por enquanto, oferece apenas barulho e tropeço.

E o Brasil já tem problemas demais para desperdiçar energia com quem transforma o cargo mais importante do Legislativo federal em palco de constrangimento.

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